ESTUDO

25/08/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:25am

Células-tronco pluripotentes, capazes de geraram qualquer outro tipo de células, agora possuem um nova maneira de serem cultivadas, conforme estudo divulgado por equipe do Instituto Técnológico de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) na próxima edição da revista científica Nature Materials.

Com potencial para cura de patologias como Mal de Parkinson, esclerose múltipla e lesões na medula espinhal, as células-tronco pluripotentes são difíceis de serem cultivadas em escala suficiente para experimentos, segundo os cientistas.

Boa parte do material usado atualmente para produzir células-tronco pluripotentes utiliza proteínas de embriões de ratos, que apesar de auxiliaram no cultivo, podem gerar uma reação autoimune se aplicadas em pacientes humanos.

Para superar esses problemas, engenheiros químicos, biólogos e especialistas em materiais do MIT desenvolveram uma superfície sintética, sem uso de material de animais, que permite que células-tronco pluripotentes permaneçam vivas e se reproduzam por, pelo menos, três meses.

A equipe responsável pelo desenvolvimento da técnica é liderada pelos professores Robert Langer, Rudolf Jaenisch e Daniel G. Anderson.

Células-tronco vêm de duas fontes em humanos: embrionárias e de células do corpo reprogramadas para um estado "imaturo". Essa característica, conhecida como pluripotência, permite gerar qualquer tipo de célula especializada no corpo humano.

"Para uso terapêutico, é preciso cultivar milhões de células-tronco", afirma Krishanu Saha, um dos autores do conteúdo publicado em Nature Materials. "Se nós conseguirmos fazer com que essas células se dividam e cresçam de maneira mais fácil, será possível obter o número necessário para estudos sobre todo tipo de doença que seja de interesse."
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Trabalhos anteriores revelaram que as propriedades físicas de superfícies como rigidez, aspereza e afinidade com água têm papel no rendimento das culturas de células-tronco. Os pesquisadores criaram 500 polímeros com diversas configurações de superfície e analisaram o desempenho de cada um na produção.

No final do experimento, os cientistas conseguiram manter a produção de células-tronco pluripotentes tanto embrionárias como induzidas durante três meses, com milhões de unidades.