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16/01/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:01am

Na ilha australiana da Tasmânia, duas de centopeias mantêm um impasse misterioso, de acordo com uma nova pesquisa – separadas por um limite de 225 quilômetros que elas raramente cruzam.

A fronteira, que mede apenas algumas dezenas de metros de largura na maioria das áreas, é particularmente incomum, porque as fronteiras entre as espécies geralmente seguem uma divisão geográfica natural, como um sulco, conforme explicou o autor do estudo, Bob Mesibov, especialista em centopeias do Museu e Galeria de Arte Rainha Vitória, em Launceston, na Tasmânia. Por outro lado, o limite em questão atravessa montes e rios.

“Ele não seguiu uma fronteira natural geográfica de modo algum”, disse Mesibov, que descobriu e deu nome a ambas as espécies em 2010. Ele descreve suas descobertas no periódico Zoo Keys.

Mesibov passou dois anos mapeando as variedades da espécie. O trabalho envolveu mais de 100 dias no campo e visitas a 350 locais no noroeste da Tasmânia.

Abundantes em seus próprios territórios, as duas espécies de centopeias são difíceis de distinguir. “Elas parecem espécies irmãs”, contou Mesibov.

Não se sabe ainda como as centopeias mantêm um limite tão bem estabelecido em um trecho tão longo. Mesibov lega a tarefa de responder essa pergunta a outros biólogos, mas suspeita que as duas espécies tenham uma certa disposição biológica.

“Não tem nada a ver com o ambiente”, disse ele. “É algo político que existe entre as duas espécies”.

Enquanto isso, ele voltou a sua rotina de trabalho, focada em descobrir espécies de centopeia. Até agora, ele deu nome a mais de 100.