ESPECIAL – A zootecnia faz a diferença na segurança e qualidade dos alimentos

24/05/2019 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:33am

A zootecnista Liliana Soares Batista trabalha há mais de 12 anos com segurança e qualidade dos alimentos. Enquanto cursava faculdade na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Botucatu (SP), descobriu na produção avícola o que viria a ser a sua atuação. Mas sua experiência vai muito além. Passou pelo campo, em uma indústria de ácidos orgânicos e adsorventes, acompanhando o desempenho dos animais, tema que escolheu para defender sua tese de mestrado, em 2005. Em seguida, aceitou o desafio de entrar no mundo das auditorias, área que crescia cada vez mais no país. Com o tempo, passou das avaliações de campo para a indústria e, hoje, trabalha como diretora na WQS, certificadora especializada em segurança dos alimentos.  

Ao falar da profissão, é clara em pontuar que “o zootecnista tem uma visão do contexto produtivo, e não somente da etapa na qual está inserido. Isso faz com que o profissional tenha vantagem na capacidade analítica e na tomada de decisão”, afirma. Acostumada a falar para o público e passar o seu conhecimento adiante, ela dá um conselho aos profissionais. “A dica é válida sempre, não apenas para os iniciantes: conhecimento. Informação é poder, nunca pare de se qualificar”.

Liliana avalia de forma positiva o cenário de segurança e qualidade dos alimentos no Brasil. “Temos a maior demanda da América Latina. Em alguns mercados, já somos referência, como no setor de carnes, por exemplo. Na área de bebidas, os espumantes despontam, mas ainda temos alguns desafios em outros setores”. Como o profissional de Zootecnia tem em sua formação uma ampla e diversificada diretriz curricular e um vasto campo de atuação, que vai muito além da nutrição animal, Liliana aposta em temas como zootecnia de precisão e bem-estar animal associado a melhoramento genético como caminhos promissores e que irão trazer muitas novidades.

Sobre a produção de alimentos no país, ela afirma que o Brasil já é um produtor estabelecido. “Temos plena condição em atender demandas específicas, seja de qualidade ou de segurança do produto, isso é incontestável. No entanto, ainda temos um longo caminho a percorrer no sentido de agregar valor. Somos bons no que fazemos, mas precisamos aprender a divulgar, por exemplo, como a Colômbia faz com o seu café, o Japão faz com o atum e tantos outros”, defende.

No seu dia a dia, Liliana atua como suporte para as mais diversas áreas de campo e indústria, que demandam avaliações de qualidade e segurança dos alimentos tanto para o cenário local quanto internacional. Além dela, outros colegas zootecnistas integram o quadro de auditores, apoio técnico e revisores. Para a diretora, a Zootecnia mudou nos últimos anos, não se restringindo apenas ao campo, mas às mais diversas áreas da cadeia produtiva.

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