EMBARGO

08/01/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

BrasíliaO ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, minimizou ontem a suspensão das importações de carne bovina brasileira por dez países e disse que é "só questão de tempo" até as negociações serem finalizadas e os produtos liberados.

"Tenho esse assunto como resolvido. Temos conversado com país por país, mas temos procedimentos externos que precisam ser respeitados. Nós estamos fazendo contatos internacionais definitivos.
O Brasil vai cumprir todo o mandamento que precisa ser cumprido e vai defender o que lhe pertence", garantiu.

Mesmo sem dizê-lo abertamente, Mendes Filho destacou a defesa do mercado interno como principal fator dos embargos à carne brasileira. "É uma ação que países adotam como defesa, para público interno, depois fazem levantamento, comprovam que o Brasil está embasado e fazem a liberação. É só uma questão de tempo, é o jogo", comentou.

Nesse sentido, o ministro ressaltou que o prejuízo do mercado brasileiro é inferior aos ganhos dos países que proibiram a entrada da carne produzida no País. "Não quero dizer se é isso ou aquilo, quero apenas dizer que eu acredito na defesa brasileira e que nós vamos fazer com que o assunto seja totalmente esclarecido a todo o mercado".

O embargo começou há cerca de um mês, quando foi confirmado um caso de doença conhecida como mal da vaca louca ocorrido no Paraná, em 2010, mas divulgado apenas em dezembro passado.
Desde então, a importação de carne brasileira foi proibida na Arábia Saudita, Japão, China, África do Sul, Taiwan, Coreia do Sul, Jordânia, Líbano, Chile e Peru.

Risco de consumo

O consumo brasileiro de boi é de risco desprezível para a população, avaliam especialistas. O Veterinário Paulo Maiorka, especialista em neuropatologia da Universidade de São Paulo (USP), a variação atípica da encefalopatia espongiforme bovina (EEB)- doença da vaca louca – encontrada no Brasil foi catalogada pela primeira vez na Itália, em 2004, e apresenta sintomas diferentes dos das ocorrências típicas.

"A EEB foi chamada doença da vaca louca porque nos casos típicos o animal fica estressado e avança. Na EEB atípica esses sintomas são mais brandos ou não existem", explicou.