EMBARGO

04/01/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

O Ministério da Agricultura espera reverter as restrições à carne bovina brasileira até o segundo trimestre de 2013. "Nossa decisão é visitar todos os países que estejam com embargo total ou parcial nesses três primeiros meses do ano, para ver se começamos o segundo trimestre sem embargo", adiantou o secretário de Relações Internacionais da pasta, Célio Porto.
A Arábia Saudita comunicou nesta quinta-feira ao ministério que retomará os embarques de animais vivos.

O Brasil enfrenta limitações de importação da sua carne bovina depois de confirmar o registro de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), também conhecida como mal da vaca louca, em um animal que morreu em 2010.

Esse tipo de caso pode ocorrer espontaneamente em gados idosos, e o animal de 13 anos criado no Paraná nunca desenvolveu a EEB plenamente, apenas deu positivo para o teste de uma proteína que é o agente causador da doença.

O ministério divulgou a morte no dia 7 de dezembro e informou a Organização Mundial de saúde animal (OIE). Até o momento, o organismo mantém a classificação de risco da carne brasileira como "insignificante" para a doença denominada vaca louca.

"O pior já passou", disse Porto, otimista com a reversão dos embargos. Embora tenha flexibilizado as restrições, a Arábia Saudita, o mais relevante entre os países que interromperam as compras, ainda manterá as restrições à compra de carne.

Apesar de representar um volume pequeno, a liberação parcial por parte do país árabe é vista pelas autoridades brasileiras como um sinal positivo. "Fizeram um primeiro gesto", comemorou o secretário.
A Arábia Saudita ocupa a nona posição no ranking dos principais destinos da carne bovina brasileira. De janeiro a novembro, os embarques para lá somaram quase US$ 158 milhões.

O Ministério da Agricultura pretende enviar uma delegação ao país nos primeiros 15 dias de janeiro, para convencer as autoridades a reabrirem o mercado.
Também nesta quinta-feira, o Peru e o Líbano anunciaram que vai interromper a compra de carne brasileira, enquanto são analisadas informações enviadas pelo Brasil sobre a sanidade do Rebanho.

No caso do Peru, a interrupção ocorrerá durante 90 dias, segundo informações publicadas no Diário Oficial daquele país. "A nossa ideia é que não dure nem 90 dias", afirmou o secretário, confiante na avaliação positiva dos dados.
Os embarques para o Peru somaram quase US$ 16 milhões nos primeiros 11 meses de 2012 – ou seja, 0,1% do total exportado -, segundo dados oficiais.

Com isso, atualmente nove países impõem restrições à compra de carne bovina brasileira: Arábia Saudita, China, Jordânia, Japão, África do Sul, Coreia do Sul, Taiwan, Peru e Líbano.
O embargo da Jordânia é apenas ao produto originário do Paraná. Taiwan, apesar de ter anunciado limitações, não realiza atualmente compra do produto brasileiro, segundo o Ministério da Agricultura.

A Embaixada do Líbano no Brasil informou sobre a suspensão de compras da carne do Paraná, por tempo indeterminado. O governo brasileiro não recebeu comunicado formal de nenhum dos dois países.

Chile

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) esclareceu nesta quinta-feira que o Chile suspendeu preventivamente as importações de farinha de carne bovina e de osso do Brasil, mas mantém as compras de carne bovina.

O Chile é um importador relevante de carne bovina do Brasil, figurando entre os dez maiores. Na quarta-feira, a secretária do Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, incluiu o Chile na lista dos países com embargos à carne. (Com agências)