Doses

20/01/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:01am

Em 2010, a imunização de cães e gatos foi suspensa no país depois que reações adversas chegaram a provocar a morte de alguns animais. No ano passado, apenas os estados onde ainda havia circulação do vírus receberam quantitativo para a realização de campanhas.
Em entrevista à Agência Brasil, o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, explicou que as doses antirrábicas a serem utilizadas este ano são “parte produzidas no Brasil, parte importadas”. Segundo ele, o laboratório brasileiro teve seus testes de qualidade reforçados, enquanto o produtor estrangeiro é listado como pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Jarbas lembrou que não existe uma campanha nacional de vacinação antirrábica e que, a partir de março, cada estado deve definir o próprio calendário com base na realidade epidemiológica registrada. No Paraná, por exemplo, apenas a região de Foz do Iguaçu é convocada para a vacinação de cães e gatos. Nas demais áreas, inclusive na capital, não há circulação do vírus.
“O problema da transmissão da raiva são aquelas cidades com muitos cães errantes, sem um dono. Esse cão nunca é levado para vacinar. A vacinação de animais é uma medida importante, mas nunca é 100% efetiva. Por isso, temos que recomendar às pessoas que, em caso de agressão de cão, gato ou morcego, procurar imediatamente o posto de saúde”, reforçou o secretário.
Para Jarbas, a raiva já foi um grande problema de saúde pública no país, mas se encontra em declínio acentuado. Há 20 anos, as notificações chegavam a quase 200, contra duas em 2011 – ambas no estado do Maranhão.
“Os casos que acontecem hoje são esporádicos, raros e decorrem principalmente de pessoas que, uma vez agredidas, não procuram o posto de saúde imediatamente ou começam o tratamento e o abandonam por algum motivo”, explicou. Segundo ele, a vacina antirrábica e o soro antirrábico estarão disponíveis em todos os postos de saúde do Brasil.
No caso específico de animais domésticos, é preciso verificar se há algum sinal de agressão, como marcas de mordida, além de estar atento a qualquer alteração no comportamento do animal. A orientação do ministério é levar o animal imediatamente para um centro de controle de zoonoses ou a uma clínica veterinária.
“É preciso manter a vacinação do animal atualizada e, se a pessoa sofrer alguma agressão, deve comunicá-la imediatamente. A vacina e o soro só são aplicados em situações posteriores à agressão. Mesmo que o animal tenha raiva, a pessoa, ao tomar a vacina e o soro, fica totalmente prevenida e não vai mais correr o risco de desenvolver a raiva”, concluiu.
Fonte: Agência Brasil

EXAMES CONFIRMAM 91 CASOS DE RAIVA BOVINA EM MATO GROSSO

Exames clínicos realizados em bovinos confirmaram a ocorrência de 91 casos de raiva animal no ano passado, em Mato Grosso. A doença, transmitida pelo morcego hematófago Desmodus rotundus, pode provocar perdas econômicas elevadas. O combate é feito mediante vacinação e também eliminação do agente causador. Todas as detecções na unidade federada que possui o maior plantel de gado no Brasil ocorreram após sucessivas análises.
Em 12 meses, 369 atendimentos foram realizados pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), com a finalidade de avaliar a existência do problema. Para a médica veterinária Daniella Soares de Almeida Bueno, responsável pela Coordenadoria de Controle de Doença dos Animais (CCDA) do Indea, a doença pode ser considerada cíclica. “A doença é cíclica e a partir do momento que infecta o animal ele morre, pois a raiva é uma zoonose. O maior problema é que causa prejuízo econômico”, disse ao G1.
Por se tratar de uma zoonose, acrescenta ainda a veterinária, oferece riscos à saúde humana, podendo ser transmitida mediante, por exemplo, o manuseio dos animais.

Duas regionais do Indea concentraram mais de 60% dos casos de raiva em 2011, segundo constatou o instituto: a de Barra do Garças, que congrega 18 cidades, e de Pontes de Lacerda, com 11. “Houve um aumento grande na incidência nessas áreas. Na localidade onde existe o foco o Indea visita as propriedades em torno e faz a captura do morcego”, salientou a responsável pelo setor de doenças animais.
O veterinário Geraldo da Rosa Galvão, da regional de Barra do Garças, explica que agentes têm atuado na identificação dos locais onde focos surgiram. “O morcego vai sugar o sangue dos animais que sejam nas propriedades. Quando há animais doentes o produtor comunica e para afirmarmos que é raiva só através de exames. O animal tem que ser sacrificado”, frisou, ao G1.
O combate também pode ser feito mediante eliminação do morcego transmissor. “Ao fazermos a captura dos morcegos, passamos uma pasta pelo corpo dele. Ao ir para a colônia, os animais, que têm o hábito de se lamberem, acabam matando um ao outro”, frisou ainda o veterinário.
Apesar de a vacina para imunizar não ser obrigatória, para o Indea é uma das melhores maneiras de proteger a sanidade do plantel, segundo avalia Daniella Soares. “É uma vacina barata, e um animal que se perde na propriedade já é prejuízo”, avaliou ainda a representante.
Exames
Em 2011 o Indea também realizou oito atendimentos com a finalidade de verificar a existência de doença vesicular nos animais como, por exemplo, a febre aftosa. Dois casos foram registrados como varíola e um outro como febre catarral malígna.
Crescimento no rebanho
A bovinocultura representa para Mato Grosso um dos mais importantes setores da economia estadual. O estado possui o maior plantel de gado, com mais de 28 milhões de animais, e para os próximos anos espera-se uma alta de 18%. Na prática, em dez anos o número de animais passaria de 28 milhões de cabeças para 33,9 milhões de animais, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Fonte: Globo.com