Desoneração tributária pode salvar setor de alimentação animal

27/03/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:56am

A desoneração de PIS e Cofins para as rações e sal mineral poderia aliviar o custo na produção de carne bovina, leite, peixes e camarões, devolvendo competitividade à cadeia produtiva. É o que aponta estudo realizado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) com a consultoria MB Agro. O pedido é uma antiga reivindicação do setor com vistas à equiparação dos insumos pecuários aos agrícolas, desonerados desde 2004. A proposta que reduziria os encargos tributários chegou a ser aprovada pelo Congresso em julho passado, mas foi vetada pelo Executivo. A suspensão de PIS e Cofins promovida em 2010 nas cadeias de produção de Aves e Suínos foi parcial. Desde então, vários insumos da alimentação continuaram tributados, incluídos aqueles importados e considerados essenciais por não contar com produção local, que continuam recolhendo 9,25%, sem possibilidade de compensação e créditos sem aproveitamento. "Essa legislação confusa e parcial criou embaraços operacionais (controle de estoques físicos e contábeis), uma vez que os mesmos insumos estão sujeitos à regimes tributários diversos dependendo da sua indicação de consumo por essa ou aquela espécie animal , afirma Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindirações. "O governo promoveu a contraditória desoneração parcial e deixou de fora a alimentação animal, elo indispensável à integração dos fornecedores de proteína vegetal e produtores de proteína animal. Nossos fornecedores (farelo de soja e milho) e clientes (produtores frangos, Suínos e carne bovina) que acumulam créditos presumidos foram desonerados e nós não , justifica o executivo. Além de sofrer com os tributos cobrados, o setor também foi atingido pela alta do dólar, pois todas as vitaminas e aditivos são importados. "Se o custo da ração diminuir, a renúncia tributária será compensada pelo avanço na demanda e maiores investimentos no segmento", conclui Zani.