Debates do XXII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária começaram nesta segunda-feira (16)

16/11/2015 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:50am

Com a participação de coordenadores de curso, professores e estudantes de mais de 60 Instituições de Ensino Superior, o XXII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária (Senemev) teve início nesta segunda-feira (16). O evento segue até quarta-feira (18).

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Em vídeo durante a abertura, o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Benedito Fortes de Arruda, desejou que o Seminário seja um momento de abertura a novas ideias, ao conhecimento e ao diálogo.

"Precisamos entender que ninguém transfere conhecimento para ninguém, o que existe são educadores que sabem trabalhar em seu processo educacional e contribuem para que pessoas façam suas mudanças. Não há docência sem discência, e por que não fazer essa união tão importante entre o ensino e a aprendizagem?", questionou Arruda.

O presidente da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV), Felipe Wouk, também destacou, na abertura, a importância do Seminário como espaço privilegiado de reunião entre os atores do processo de educação da Medicina Veterinária no Brasil.

"Desejo que tenhamos inspiração de artistas e disciplina de atletas para que possamos proporcionar o diálogo e incorporar, em nossa realidade, os consensos alcançados, contribuindo para a melhoria do ensino da profissão no país", afirmou.

Wouk explicou que a motivação da temática central, que abrange a avaliação em todos os seus níveis, segue tendências internacionais adotadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que tem trabalhado com mecanismos de avaliação para garantir a qualidade do ensino da Medicina Veterinária.

A coordenadora-geral de Avaliação dos Cursos de Graduação de Instituições de Ensino Superior do INEP, Suzana Funghetto, provocou os participantes sobre como aprofundar o processo de avaliação in loco.

 "O que é melhorar a qualidade da oferta? Como o hospital veterinário, que é um laboratório, influencia de fato na formação do aluno?", questiona Funghetto.

Segundo ela, o avaliador precisa responder a três questões: como o projeto pedagógico foi concebido, implantado e consolidado; qual o perfil do corpo docente para atender o projeto; e se as instalações físicas têm relação com a matriz curricular.

Debates

O formato do XXII Seminário de Educação da Medicina Veterinária permitiu a contribuição dos participantes durante as discussões. A roda de debates da manhã foi conduzida pelo integrante da CNEMV/CFMV, Rogério Amorim.

A avaliadora institucional do MEC, Sônia Koehler, acredita que ainda são subutilizados relatórios e demais possibilidades de avaliação externa que poderiam ser trabalhados dentro dos cursos de educação superior.

"Quantas são as instituições que utilizam relatórios do desempenho do Enade como material de gestão? O que eu vejo hoje é mais uma necessidade do exercício da avaliação por uma questão imposta pela regulação do que um processo que deveria permear toda e qualquer Instituição de Ensino de Educação Superior".

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Para João Carlos Pereira, integrante da CNEMV/CFMV e da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), a cultura de avaliação ainda está sendo construída. "O Enade é uma importante ferramenta de gestão e os coordenadores já estão mudando sua percepção ao usar indicadores do relatório que mostram onde a qualidade do curso está mais fragilizada", constata.

À tarde os participantes acompanharam palestra do integrante da CNEMV/CFMV, Marcelo de Sá Pacheco sobre as competências necessárias ao docente como peça-chave na formação do egresso. "O professor precisa ter conhecimento específico, conhecimento pedagógico, dominar a prática profissional, os conhecimentos gerais, ter capacidade de produzir conhecimento e estimular o aluno", afirmou.

O assunto pautou o debate conduzido pelo presidente da CNEMV/CFMV, Felipe Wouk com a participação de Marcelo de Sá Pacheco, Rogério Barroso, Rogério Amorim, integrantes da Comissão.

"As discussões de hoje foram amargas pois contatam uma realidade, a reflexão serve para efetivamente realizarmos um ensino que transforme o estudante. A métrica mais importante de avaliação é o aprendizado do aluno", concluiu Wouk.

Banco do Conhecimento

Os participantes do XXII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária também conheceram os detalhes do Banco de Conhecimento que será lançado pelo Conselho Federal em 2016. Regina Werneck, da Área de Gestão Estratégica do CFMV, explicou que o objetivo do Banco é gerar novos conhecimentos através do compartilhamento de informações por toda a comunidade da Medicina Veterinária e Zootecnia.

Assessoria de Comunicação do CFMV