Debate sobre métodos alternativos ao uso de animais em pesquisa é considerado desafiador, porém inadiável

17/09/2015 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:50am

Os desafios e os avanços na busca por métodos alternativos ao uso de animais em pesquisa foram discutidos nesta quarta-feira (16) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em Seminário com a participação de técnicos e gestores, além de representantes do setor privado e interessados no tema.

A substituição de animais em atividades de ensino e pesquisa é defendida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). O tema faz parte das discussões da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal e da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária.

Durante o seminário desta quarta-feira, Cristina Marinho, representante da Anvisa, afirmou que o debate é desafiador, porém inadiável. “Não é ético usar alternativas que não tenham sido cientificamente avaliadas e validadas. Mas depois de avaliadas e validadas, o pesquisador tem obrigação moral e legal de usá-las”, afirma Marinho.

Atualmente existem 17 métodos alternativos aprovados pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

A representante do Concea, Lucile Floeter Winter, ressaltou a importância da atuação em conjunto com outras instituições. O CFMV é parceiro do Concea no apoio às ações referentes à experimentação animal no país, principalmente em relação às atribuições e responsabilidades do Médico Veterinário. 

O representante da Rede Nacional de Métodos Alternativos do Ministério da Ciência e Tecnologia, Thiago Moraes, defendeu a inserção do tema nos debates do Mercosul. Na opinião dele é preciso criar uma infraestrutura laboratorial e de recursos humanos especializados, capazes de implantar métodos alternativos ao uso de animais.

O palestrante Octavio Presgrave, do Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos, afirmou que a validação e aceitação de novos métodos são dinâmicas. Explicou ainda a diferença entre os métodos válidos, quando são possíveis de serem utilizados, e validados, que já foram aceitos e reconhecidos oficialmente.  “Os princípios gerais de validação são: um método alternativo deve cumprir dois critérios que são o da confiabilidade e o da relevância. O modelo de predição deve ser definido previamente pelo criador do teste, os critérios de execução devem ser previamente fixados pelo grupo gerente e a execução é avaliada pelo uso de amostras codificadas”, resaltou.

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http://portal.cfmv.gov.br/noticia/index/id/4305/secao/6

Assessoria de Comunicação do CFMV