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26/04/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:20am

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, sigla em inglês), está promovendo uma série de cursos de capacitação em bem-estar animal e abate humanitário de bovinos, suínos e aves.

Segundo a chefe da Divisão de Bovideocultura do Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade do Ministério da Agricultura, Andrea Parrilla, as aulas pretendem formar multiplicadores capacitados para o manejo adequado nas etapas que antecedem o abate dos animais e durante o processo. O treinamento também busca reduzir as perdas econômicas ocasionadas por práticas inadequadas e melhorar a qualidade do produto.

"Queremos promover um melhor entendimento sobre o bem-estar animal e a implantação dos conceitos que incorporam as boas práticas de manejo e abate humanitário, incluindo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e da União Europeia. Os acordos internacionais de comércio valorizam cada vez mais esse aspecto", destaca.

O manejo e o abate incorretos trazem sofrimento aos animais. Além disso, interferem diretamente em aspectos como a cor, textura, sabor e validade da carne e no aproveitamento da carcaça, podendo trazer prejuízos tanto para produtores, quanto consumidores.

Ao todo, serão dez cursos, em oito estados: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Pará e Rondônia. As duas primeiras edições do treinamento ocorreram no início deste mês, em Piracicaba e Jaboticabal (SP).

Os programas têm duração de 24 horas/aula e são ministrados por veterinários e zootecnistas da WSPA. O material didático é formado por três livros – um para cada espécie animal tratada – e DVDs. Cada turma tem entre 100 e 150 alunos.

O público-alvo prioritário são as Superintendências Federais de Agricultura, Secretarias Estaduais de Agricultura, órgãos de extensão rural e Agências Estaduais de Defesa Agropecuária. Representantes do setor privado, como profissionais de frigoríficos que atuam nas áreas de inspeção federal, estadual e municipal e de garantia da qualidade, entre outros, podem participar. Os cursos também são abertos a instituições de ensino.

"O curso oferece um material muito didático, com exemplos de como é um manejo correto, ou incorreto e orientações sobre como corrigir", declara o fiscal federal agropecuário Nelmon Oliveira da Costa, que participou do curso em São Paulo.

A iniciativa é uma ampliação do termo de cooperação assinado em 2008 pelo Ministério com a WSPA – definido como Programa Nacional de Abate Humanitário (Steps) – que previa a capacitação de grupos menores dentro dos frigoríficos. Os treinamentos começaram no ano passado e já prepararam, aproximadamente, 1.500 profissionais. Desse total, 300 eram agentes de inspeção e fiscais federais agropecuários.

Os fiscais do estado de Santa Catarina já foram capacitados. A meta seguinte é atingir também os estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. "Nessa próxima etapa, o objetivo é instruir duas mil pessoas, mas o plano maior é treinar toda a inspeção veterinária federal", avisa a chefe da divisão do Ministério da Agricultura, Andrea Parrilla.