Controle de Zoonoses de Maceió- AL alerta população sobre sintomas de mormo

18/03/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:57am

Preocupado com a incidência de casos suspeitos de mormo em cavalos no município e possível disseminação da doença para os seres humanos, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Maceió vem trabalhando no sentido de alertar a população – em especial, às pessoas que os utilizam para atividades com veículos de tração animal, sem qualquer acompanhamento médico-veterinário e condições inadequadas – acerca dos sintomas da zoonose, favorecendo assim a busca pelo tratamento adequado a todos aqueles que mantiveram contato com animais doentes e apresentaram um quadro sintomático.

“Temos encontrado, com o recolhimento de cavalos nas ruas, praticamente um animal com sintomas clínicos da doença por semana. Aos que apresentam sintomas, iniciamos o tratamento com antibióticos para combater as infecções respiratórias e dermatológicas, mas, quando o animal não apresenta melhora do quadro clínico, é preciso recorrer à eutanásia, pois não há tratamento recomendável nem vacina para curar o mormo nos equídeos”, esclarece o coordenador das Ações de Controle da Raiva no CCZ, Charles Nunes e Silva.

Segundo o coordenador, o mormo costuma se disseminar em criações que não obedecem à regulamentação do manejo para este tipo de animal, que define critérios como terreno, instalações, alimentação adequadas, destinação das fezes, entre outros. Essas condições, em geral, são inexistentes em muitas áreas da cidade, onde a população improvisa baias no quintal das casas ou nas áreas próximas à orla lagunar. E os animais com alimentação pobre, que são obrigados à grande movimentação e excesso de trabalho, têm maior predisposição à infecção.

“O CCZ fiscaliza essas áreas, recolhe os animais e dá prazos para que tudo seja feito de acordo com a regulamentação, mas nem sempre isso é seguido, por conta da própria condição de vida dos proprietários dos animais”, afirma Charles.
Para reforçar esse trabalho, o CCZ já programou um treinamento, que será aplicado no final deste mês para cerca de 400 agentes de endemias do município. Na atividade, todos serão capacitados para realizar a triagem de casos suspeitos, identificando os sintomas e orientando a população no encaminhamento de casos para tratamento adequado na rede pública de saúde, onde o médico deverá ser informado acerca desses sintomas – em especial problemas respiratórios e infecções de pele com secreção – e da convivência com esses animais.

Mormo

O mormo é uma doença infecciosa causada por uma bactéria denominada Burkholderia Mallei, um bacilo Gram-negativo, que gera no animal catarro e pus. Equinos são os hospedeiros primários da bactéria e são responsáveis pela transmissão da infecção para animais sadios e humanos. Felinos, camelos e caprinos também são susceptíveis à infecção e o homem é hospedeiro acidental, sendo, geralmente, uma doença ocupacional.

A doença se apresenta em três formas: pulmonar, nasal e cutânea. A transmissão ocorre por meio de alimento contaminado, água e, algumas vezes por inalação e contato com ferimentos. O material infeccioso origina-se principalmente do trato respiratório ou de lesões de pele.vulgarmente como “catarro do mormo” ou “catarro de burro”, a zoonose é responsável por alta taxa de mortalidade em equídeos, em diferentes partes do mundo.

 

Com informações da Assessoria de Comunicação Social do CRMV-AL