Controle

21/07/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:26am

Maior fiscalização e informações mais claras nos produtos veterinários comercializados no Brasil. Esse foi o posicionamento defendido pelo presidente do Fórum Permanente da Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, em reunião do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC) que ocorreu ontem (20/07), em São Paulo.

Na pauta do encontro, que foi acompanhado pelo presidente da Comissão de Pecuária de corte da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), José Lemos Monteiro, a segurança da carne em relação aos perigos decorrentes de tecnologias utilizadas na pecuária. Em maio deste ano, as exportações de carne bovina para os Estados Unidos foram suspensas devido à constatação resíduos de um princípio ativo de vermífugo. A suspensão é temporária, até que sejam adotadas medidas de padronização.

Para Nogueira, uma série de fatores contribui para que as inadequações ocorram. "Falta fiscalização dos produtos comercializados, o produtor desconhece o período de carência e a indústria aproveita retalhos que não deveria aproveitar", relaciona. O dirigente apresentou aos frigoríficos a possibilidade de utilização da estrutura do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para a divulgação dos prazos e a conscientização do produtor quanto à utilização adequada de vermífugos e outros medicamentos. "Desde que os frigoríficos façam o recolhimento devido ao Senar", enfatizou.

No último dia 12, representantes dos frigoríficos Marfrig e JBS participaram de uma reunião para tratar do assunto na Famasul, juntamente com representantes da Superintendência Federal de Agricultura (SFA/MS), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur). José Lemos Monteiro apresentou uma lista de solicitação para os representantes dos frigoríficos, entre as quais a possibilidade de haver contraprova à disposição do produtor e que o prazo de carência não se estenda além de 150 dias, tempo necessário para que o vermífugo não esteja mais presente na carne.

Segundo Nogueira, a reunião de ontem teve a presença de representantes de frigoríficos, da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e da Associação Brasileira da Indústria de Exportação de Carne (Abiec), de laboratórios que fazem análise de resíduos. Atualmente, o Brasil tem 22 plantas habilitadas para exportação de carne bovina para os EUA, sendo que quatro delas ficam em Mato Grosso do Sul.