compra

12/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Após 60 dias da suspensão das atividades em Montenegro, a JBS Aves Brasil reativou ontem (11) o abate na planta da Doux Frangosul. Em maio, a JBS arrendou todas as unidades da multinacional francesa no país. Agora, a JBS pretende comprar as plantas. Segundo o presidente do Grupo JBS, Welsey Batista, que veio ao Estado para dar o start na linha de produção, uma auditoria externa e advogados foram contratados para levantar os passivos bancário, ambiental e financeiros, e, a partir disso, viabilizar uma solução com os credores, ainda este ano. A dívida da Doux é estimada em R$ 1 bilhão. "Nosso interesse é exercer a opção de compra que temos."
O contrato de arrendamento das plantas no Estado e Mato Grosso do Sul é de 10 anos, com preferência de compra ao final.

A previsão é que até amanhã deve ser alcançada a capacidade máxima de abate em Montenegro, de 380 mil Aves/dia. "Sejam bem-vindos à família JBS. A partir de agora, queremos um negócio eficiente, competitivo e que produza alimentos com segurança alimentar", disse Batista.

A cerimônia no pátio da unidade marcou mais do que um novo negócio, o recomeço para os 2 mil funcionários que estavam em casa há mais de dois meses, entre férias e dispensa remunerada. Operador de máquinas Maurício dos Santos quer deixar para traz as dificuldades. "Ficamos sem os pés no chão porque estava indefinido se a empresa iria fechar ou não." Na próxima segunda-feira, a vida volta ao normal para os 1,7 mil funcionários no frigorífico de Passo Fundo, com capacidade para abate de 550 mil Aves/dia. Em Caarapó (MS), que abate 120 mil Aves/dia, o segundo turno recomeçou na semana passada.

Batista disse que, nessa primeira fase, a produção seguirá com foco no mercado externo. "Vamos manter isso até porque o dólar está favorável." O presidente da Ubabef, Francisco Turra, destacou que é um bom momento para a retomada. Somente em maio a exportação brasileira de carne de frango bateu recorde mensal de 374 mil toneladas, 10,7% acima do mesmo período de 2011. Para o ex-ministro e membro do Conselho da JBS Marcos Vinicius Pratini de Moraes, a operação é um marco para que a empresa continue criando empregos.