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04/06/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

O governo brasileiro demonstra uma postura mais rígida frente a decisões e meios tomados por seus parceiros comerciais para proteger a indústria nacional de possíveis prejuízos financeiros

O governo brasileiro demonstra uma postura mais rígida frente a decisões e meios tomados por seus parceiros comerciais, como Argentina, Rússia e outros países da União Europeia, para proteger a indústria nacional de possíveis prejuízos financeiros.

Ontem, o Brasil e a Argentina entraram em sintonia e assinaram acordo para respeitar o prazo de 60 dias para a liberação das licenças não automáticas a produtos dos dois países, assegurando também que a importação de produtos brasileiros autorizados podem ser efetivamente comercializado na Argentina, sem a imposição de licenças sanitárias de "última hora" aos produtos.

Mesmo com o acordo formal, a Câmara de Importadores da República Argentina (Cira) declarou que dificilmente seu país poderá cumprir o compromisso assumido por Giorgi, e seguir a regra da Organização Mundial do Comércio (OMC). Isso porque a aduana argentina trabalha com um sistema mecânico, não informatizado, que não tem capacidade de analisar e liberar os pedidos dentro do prazo determinado. "Pode haver a melhor boa vontade por parte do governo, mas é difícil implementar a velocidade exigida por causa do sistema", disse o diretor da entidade, Miguel Ponce.

Ao mesmo tempo, o Ministério do Desenvolvimento anunciou a aplicação de direito antidumping definitivo às importações brasileiras de borracha de estireno e butadieno, originárias da Coreia do Sul e também, a aplicação de direito antidumping provisório sobre as importações brasileiras de papel supercalandrado da França, Itália e Hungria. Além disso, o setor de carnes se movimenta para minimizar os efeitos do comunicado do Serviço Federal de Inspeção Veterinária e Fitossanitária da Rússia de que irá suspender temporariamente a importação de produtos de criação animal a partir de 15 de junho. A primeira medida, articulada por grandes frigoríficos, como JBS e Marfrig, é a transferência da quantidade de exportação de suas plantas desabilitadas para as unidades poderão embarcar produtos para a Rússia. Ao certo ninguém soube explicar quais razões levaram ao bloqueio dos 85 frigoríficos brasileiros, mas tudo indica que esta é uma estratégia da política econômica russa.