Com a palavra, o zootecnista Pedro Adair Fagundes dos Santos

16/05/2015 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:53am

O gaúcho Pedro Adair Fagundes dos Santos fez parte do primeiro curso de Zootecnia do Brasil, na Faculdade de Zootecnia da PUC de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Tendo atuado em escolas rurais desde novo, seu interesse pela Zootecnia nasceu cedo. O amor pela profissão é grande e, mesmo aposentado pela Secretaria de Agricultura, a rotina como zootecnista é intensa. Atualmente, trabalha com assistência técnica e é jurado em exposições agropecuárias, tendo organizado as primeiras exposições nacionais das raças Angus e Brangus, em São Paulo. Há mais de 30 anos trabalha no melhoramento genético destas duas raças, além de realizar um trabalho de extensão em todas as áreas da Zootecnia.

 

ASCOM CFMV – Como iniciou seu interesse pela profissão e como é seu dia a dia profissional atualmente ?

Pedro Adair Fagundes dos Santos – Nasci e me criei no meio rural, em contato com animais e plantas. Meu interesse surgiu, desde novo, como estudante em escola rural e, posteriormente, quando fiz o  Técnico em Zootecnia, em escola agrícola. Com o término do curso de Técnico, fiz concurso para a Secretaria da Agricultura e, nesse período, surgiu a Faculdade de Zootecnia em Uruguaiana, onde tive a oportunidade de entrar na primeira turma. Após o término, fiz novamente concurso de zootecnista para o Governo do Rio Grande do Sul. Portanto, estou trabalhando na profissão desde minha formação como técnico agrícola, atuando no melhoramento animal, principalmente com bovinos de corte.

 

ASCOM CFMV – Tendo participado da primeira turma de Zootecnia, como o senhor vê os avanços no ensino da profissão e no interesse dos futuros estudantes pelo curso de Zootecnia? Quais foram as principais mudanças?
Pedro Adair Fagundes dos Santos – Meu dia a dia na profissão é muito corrido: estou aposentado da Secretaria da Agricultura, do Rio Grande do Sul, mas atualmente sou técnico de duas associações de raças de bovinos de corte, Angus e Brangus, com um deslocamento em propriedades do Rio Grande do Sul e do Paraná. Também tenho outras atividades de assistência técnica e trabalho como jurado em exposições agropecuárias. Do alto dos meus 70 anos, não consigo parar de me dedicar à Zootecnia e é gratificante ver os resultados conseguidos.

 

ASCOM CFMV – Que áreas da Zootecnia destaca como emergentes e que ainda precisam ser mais conhecidas?

Pedro Adair Fagundes dos Santos – Áreas relacionadas a melhoramento genético, nutrição e comportamento de animais exóticos e de companhia, apicultura, piscicultura e aquicultura.  Na realidade, esses temas são abordados no curso e os profissionais zootecnistas são bem preparados nessas áreas, mas muitos optam por trabalhar em áreas que a maioria atua (bovinocultura de corte).

 

ASCOM CFMV – E para os estudantes, o que o senhor pode dizer sobre o dia a dia da profissão que eles provavelmente não sabem?

Pedro Adair Fagundes dos Santos – Que é uma profissão sustentável e gratificante. Que dá prazer trabalhar com os animais e melhorar as condições para eles não ficarem doentes e se manterem saudáveis. E considero que os atuais estudantes devem se envolver com a política estudantil, pois a grande carência da profissão são as lideranças políticas.