Carnes
20/01/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:24am
A receita cambial com vendas externas de carne bovina brasileira somou US$ 4,795 bilhões em 2010, aumento de 16% ante os US$ 4,118 bilhões obtidos em 2009, impulsionada pelo aumento de 18% nos preços praticados (US$ 3.897/tonelada). Em volume, houve redução de 3% nos embarques, passando de 1,924 milhão de toneladas equivalente carcaça em 2009 para 1,864 milhão de toneladas em 2010. Os resultados fazem parte de levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), divulgado nesta quarta, dia 19.
O resultado de 2010 ficou um pouco abaixo da expectativa da entidade, que previa receita de US$ 4,9 bilhões no período. O volume, entretanto, ficou acima dos 1,64 milhão de toneladas equivalente carcaça projetados para o ano passado. A Abiec também divulgou os dados de dezembro do ano passado ante o mesmo mês de 2009, quando houve queda de 4% na receita, para US$ 360,929 milhões; recuo de 27% em volume, para 119,225 mil toneladas equivalente carcaça, e aumento de 25% nos preços, para US$ 4.474/tonelada.
"A queda em volume não nos preocupa, olhamos o faturamento", avaliou Camardelli. Ele explica que a queda no volume se deu por uma questão mercadológica, impactada, principalmente, pela crise europeia. Porém, ressaltou que o fato não é significativo, uma vez que o faturamento teve uma expansão bastante importante. "Estamos alcançando uma maturidade das relações dos grupos técnicos do governo dos dois países, então há uma diminuição da área cinzenta, tornando a relação comercial mais salutar", disse.
Segundo o presidente da Abiec, Antonio Jorge Camardelli, em comunicado, 2010 foi um ano muito seco, o que atrapalhou a engorda dos animais e, por consequência, trouxe desequilíbrio na oferta e demanda. "Mas para 2011 teremos uma oferta melhor de animais", afirmou o executivo na nota.
A Abiec ainda informou que as exportações de carne in natura, que somaram US$ 3,861 bilhões em 2010, com embarques de 1,398 milhão de toneladas equivalente carcaça, tiveram como mercados em destaque a Rússia, com receita cambial de US$ 1,023 bilhão e volume de 418,988 mil toneladas; o Irã, com US$ 807,320 milhões e 281,151 mil toneladas e o Egito, com 166,513 mil toneladas e receita de US$ 409,959 milhões.
Com relação à carne industrializada, que teve receita de US$ 498,225 milhões e 311,006 mil toneladas, o principal mercado foi o Reino Unido (US$ 157,216 milhões e 106,190 mil toneladas), já que os Estados Unidos ficaram o segundo semestre de 2010 fechados para a carne brasileira. Com o embargo, as exportações para os americanos caíram 65% em receita cambial (US$ 76,346 milhões) e 23% em volume (33,828 mil toneladas) na comparação entre 2010 e 2009.
A projeção de crescimento de 10% em receita cambial, totalizando US$ 5,3 bilhões, foi mantida para 2011. Se as expectativas se confirmarem, o montante atingirá a receita de 2008, que foi o melhor desempenho da história do setor. "O grande objetivo da Abiec, em parceria com o governo, é trazer mais competitividade à carne brasileira. O momento atual é de harmonização de preços e o binômio preço e pacote tecnológico, aliado à autogestão, são ferramentas propícias" destacou Camardelli.
"Em não mais do que 15 dias estaremos agregando mais cinco plantas exportadoras para a China e teremos um incremento, até o final do ano de mais 14 plantas", afirmou o presidente da Abiec. Em 2011, o presidente da Abiec informou que o posicionamento da entidade continua a ser o de buscar a abertura de novos mercados e de fortalecer os vínculos com os países que já tem relações comerciais com o Brasil.
Camardelli disse, ainda, que cinco novas plantas devem ser habilitadas também para exportarem para a Rússia.