Carne Legal
04/08/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:26am
O governo federal prepara uma campanha em favor da carne brasileira, depois de constatar que os vídeos divulgados pelo Ministério Público Federal (MPF) sobre a campanha “Carne Legal”, estão sendo utilizados como instrumento protecionista pelos governos europeus, durante as negociações com autoridades comerciais brasileiras.
Lançada com o objetivo oficial de conscientizar a população sobre o consumo de produtos de origem bovina, a campanha é polêmica e foi questionada judicialmente pelos produtores, através da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
As imagens vinculam a carne nacional a fazendas ilegais, desmatamento, trabalho escravo e lavagem de dinheiro e, na avaliação dos ministérios do Desenvolvimento e Comércio, e da Agricultura, prestaram um desserviço ao comércio do país.
A menção aos vídeos ocorre no contexto do esforço do governo brasileiro de recuperar os índices de exportação para o mercado europeu, que despencaram, em 2009, em 85%. Embora mantenha a liderança mundial na exportação de carne, o País quer resgatar o cenário anterior à crise internacional que agravou o sentimento protecionista.
Os três vídeos que compõem a peça publicitária têm 30 segundos cada, com versões para rádio, que custaram R$ 208 mil, segundo o site Contas Abertas.
Eles foram elaborados pela Fundação Padre Anchieta, que mantém contrato com o Ministério Público Federal para prestação de serviços audiovisuais para veiculação na TV Justiça.
Há ainda um documentário de 30 minutos, no valor de R$ 114 mil, também da Fundação Padre Anchieta, mais 200 mil folhetos explicativos para o consumidor, no valor de R$ 24 mil, e mil adesivos, no valor de R$ 2,2 mil. O total da campanha é de R$ 349.725,20, que a CNA pede na Justiça seja devolvido pelos procuradores responsáveis.