Bovino

03/04/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:50am

Em 2011 o pecuarista de MT confinou 763,94 mil bovinos; ainda não é possível prever alta

O cenário para confinamento bovino para esse ano ainda é incerto, na opinião do setor da pecuária em Mato Grosso. De acordo com os produtores, o preço pago hoje pela a arroba do boi confinado não é animador. Porém, o setor ainda tem dois meses para tomar uma decisão referente à prática, pode ser que esse cenário mude.

A Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) argumenta que para o confinamento em todo o país é esperado um aumento de 15% no panorama nacional. Contudo, no cenário regional, os aumentos dos custos da produção – como a alta do preço do boi magro e o menor preço pago à arroba do boi gordo – prejudicam a valorização da atividade.

Em 2011 o pecuarista mato-grossense confinou 763,94 mil bovinos. O volume representa aumento de 29% sobre o desempenho de 2010, quando foram terminados a cocho 592,83 mil animais. Todavia se comparado aos 117,87 mil animais de 2005, o avanço é de 548%. As informações fazem parte do 3º Levantamento de Confinamento em Mato Grosso do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

De acordo com o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, o cenário esse ano no Estado vai depender das conjunturas econômicas e políticas públicas que incentivarem a atividade. Segundo ele, Mato Grosso tem todas as condições de se tornar o maior confinador de gado do Brasil. “Isso em médio prazo, já que temos o maior rebanho comercial e também somos o maior produtor de grãos”. Porém, Vacari lembra que o confinamento é um negócio rentável, portanto é necessário pesar o custo da engorda e valor que será vendido. “Por enquanto não há vantagem”, explica.

PROBLEMAS

Os principais motivos para esse cenário de incertezas segundo alguns produtores, é o valor pago pela arroba do boi que continua baixa, e a falta de frigoríficos no Estado.

De acordo com o produtor de Pontes e Lacerda, Luciomar Machado, o confinamento não fará parte de seus planos esse ano.

Segundo ele, o custo do grão em relação a arroba não tem animado o setor. Outro problema, de acordo com o pecuarista, são os frigoríficos que compram dos produtores, pois uma parcelas deles tem seu próprio confinamento, o que acaba desvalorizando o boi confinado do produtor. “Você fica preso ao mercado, uma vez que aqui no Estado ele ainda é restrito”, conclui.