Alimentos

28/11/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:04am

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e do Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia da Universidade do Minho (Uminho), em Portugal, se uniram para criar uma embalagem especial, que consiga prolongar o tempo de prateleira de alimentos perecíveis (frutas, verduras, laticínios, carnes, etc), com a garantia de que eles estejam protegidos de microrganismos que causam sua degradação.

Os revestimentos estudados são provenientes de polissacarídeos (carboidratos) como a quitosana – ela é extraída da carapaça de crustáceos — do alginato, presente em algas marinhas marrons, do policaju, que está na goma do cajueiro ou da pectina, retirada de maçãs e cascas de frutas cítricas. Além do maior tempo de duração, estes materiais não têm gosto e, por isso, não interferem no sabor dos alimentos.

Se os resultados da pesquisa forem positivos, a nova embalagem fabricada com finas películas ajudará a reduzir prejuízos de frutas e verduras. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o desperdício chega a 35% da produção nacional. Os testes feitos em Portugal registraram conclusões bastante animadoras: o nível de perdas com morangos caiu 30%, o de queijos em 20% e o salmão resfriado ganhou mais três dias de validade nos supermercados.

Os pesquisadores garantem, ainda, que a embalagem pode ser ingerida sem causar danos à saúde porque ela não é metabolizada pelo organismo. Sua passagem pelo trato gastrointestinal é inócua. Elas são fabricadas com finas películas incolores invisíveis ao olho nu, mas que envolvem completamente o alimento. Os testes feitos pelos cientistas brasileiros e portugueses estão em estágio avançado, mas eles ainda não têm autorização das autoridades sanitárias dos dois países para por em prática o uso comercial.