Agronegócio
30/08/2010 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:25am
Os países árabes estão entre os novos mercados que os exportadores brasileiros de mel querem conquistar nos próximos anos. Em 2011, um grupo de apicultores planeja participar de feiras de alimentos nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita.
"Devemos ir para a Gulfood 2011, em Dubai, e outra feira de alimentos na Arábia Saudita, que ainda não foi definida", diz José Gumercindo Correia da Cunha, presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) e da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Mel e Produtos Apícolas, ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
"Percebemos que uma boa parte do mel exportado para a Alemanha, por exemplo, de lá é enviado para os países árabes. Nosso esforço agora será para negociar diretamente com esses importadores", acrescenta.
De acordo com Cunha, a ideia é montar um grande estande do Brasil com espaço para expor produtos e para realizar rodadas de negócios. "Hoje o país tem 25 entrepostos exportadores e devemos levar entre 15 e 20 apicultores", afirma. Além dos produtores, o estande terá a participação de entidades como a CBA, com sede em Porto Alegre, no Rio Grande dos Sul; e da Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido (Casa Apis), sediada em Picos, no Piauí.
O presidente conta que no dia 23 de agosto de 2010, ocorreu uma reunião da Câmara Setorial em Brasília (DF), onde foi definida a agenda estratégica do grupo. "Entre as ações de curtíssimo prazo estão trabalhar mercados tradicionais como Estados Unidos e União Europeia (UE) e o esforço para abrir novos mercados, que é o caso dos países árabes", afirma.
Segundo ele, as ações de pesquisa e assistência técnica para ganho de produtividade e qualidade sanitária do produto também estão entre os dez pontos focais da agenda da Câmara. Em outubro deve começar o processo de tipificação do mel produzido no país.
Os trabalhos serão coordenados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com universidades e instituições de investigação científica. Uma vez iniciados os estudos, estima-se que 15 tipos de mel dêem a partida para a classificação brasileira.
De acordo com dados da CBA, hoje existem 350 mil apicultores no Brasil. A produção anual da cadeia é de 60 mil toneladas de mel, mas o setor tem capacidade para produzir 200 mil toneladas ao ano. "Isso será possível com capacitação, ocupação de regiões onde a apicultura está começando", explica.
"A qualidade do mel brasileiro é reconhecida internacionalmente, pois como não utilizamos medicamentos nas nossas abelhas, nosso mel é livre de resíduos. Além disso, temos certificação de mel orgânico em muitas regiões do país", destaca.
Em 2009, o Brasil exportou 25 mil toneladas de mel e ocupa a quinta colocação entre os principais exportadores mundiais. A meta do setor é ficar entre os três maiores exportadores mundiais nos próximos 10 anos e aumentar a exportação de produtos acabados, com maior valor agregado, que atualmente representam apenas 10% das vendas externas.