Aftosa

26/05/2011 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Na próxima terça-feira, dia 31, termina a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. No Ceará, um relatório parcial de ontem pela manhã, da Agência de Desenvolvimento Agropecuária (Adagri), mostrava que apenas 34% do rebanho foram vacinados contra a doença. O secretário de Desenvolvimento Rural, Nelson Martins, disse estar preocupado com o quadro e fez um apelo para que os criadores vacinem os animais dentro do prazo, que não será prorrogado.

Desde o início desta semana, técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), da Adagri e da Ematerce intensificaram as ações no campo para tentar para ampliar o índice de imunização. É um trabalho contra o tempo. Visitas, fiscalização, reuniões com sindicatos e associações comunitárias e entrevistas em emissoras de rádio fazem parte do plano estratégico para sensibilizar e alertar os criadores sobre a importância da vacinação contra a aftosa.

O Ceará tem cerca de 2,5 milhões de bovinos e 140 mil criadores. A luta é para alcançar a meta que é de 90%. "O Ceará quer alcançar, no segundo semestre deste ano, a classificação de zona livre da febre aftosa com vacinação", disse o secretário Nelson Martins. "Esperamos a adesão dos criadores, mas medidas punitivas serão aplicadas para quem não vacinar".

O presidente da Adagri, Augusto Júnior, explicou que há dados ainda não lançados no sistema de monitoramento, pois alguns criadores já vacinaram, mas ainda não foram às unidades do órgão ou da Ematerce fazer o cadastro da imunização. "Em comparação com o mesmo período do ano passado, estamos com 5% acima e por isso acreditamos que vamos atingir a meta", acredita. Mesmo assim, Augusto Júnior reafirmou que as ações foram intensificadas para melhorar a cobertura no Estado.

A Adagri é o órgão responsável pela execução do Plano Nacional de Erradicação e Prevenção da febre aftosa no Ceará. "A vacinação é uma questão de consciência porque, por afetividade, as pessoas vacinam os cães e, por proteção, os filhos", comparou. "Os bovinos representam para os produtores investimento, lucro, mas muitos rejeitam o ato de vacinar". Para o Estado, a atividade Pecuária tem significação econômica fundamental. O secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, o presidente da Adagri, Augusto Júnior, o coordenador do Programa de Erradicação da febre aftosa, Joaquim Sampaio, e todos os servidores da SDA, Adagri e Ematerce estão engajados para que o Ceará alcance a meta de, pelo menos, 90% do rebanho vacinado.

Missões

Martins lembra que o Ceará, para este ano, tem duas missões. A primeira é alcançar pelo menos um índice de 80% de vacinação contra aftosa. A segunda é melhorar a infraestrutura de funcionamento dos escritórios regionais e locais da Adagri. "São dois desafios que vamos enfrentar e vencer", disse. "Precisamos ter agilidade na fiscalização para detectar e debelar qualquer foco de doença com rapidez". O Ministério da Agricultura e Pecuária vai investir no Estado R$ 15 milhões para aquisição de equipamentos e a contrapartida do Governo Estadual será a contratação de pessoal. Para Nelson Martins, o brasileiro mantém a postura cultural de deixar para última hora a vacinação. "Isso nos deixa preocupado, mas estamos acreditando que vamos superar a meta".

No segundo semestre de 2010, de um total de 140 mil criadores, 36 mil ficaram inadimplentes com a vacina contra a aftosa. Resultado: todos foram notificados em apenas 45 dias e 60% regularizaram a situação. Quem não cumpre com o prazo de vacinação sofre consequências: a imunização compulsória do rebanho, multa no valor de R$ 13,43 por cabeça, a fazenda poderá ser interditada e ainda ter o nome incluído na Dívida Ativa do Estado.

"O nosso objetivo não é punir, somos parceiros dos produtores rurais, mas se for preciso vamos cumprir a lei", frisou Augusto Júnior.

Fique por dentro
Menores índices

De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), relativos ao registro na manhã de ontem, as regiões com índices mais baixos de cobertura eram Sertões de Crateús com 24,9%; Metropolitana, com 26,6%; Sertões de Canindé, com 28,3%; e Ibiapaba, com 28,1%. As duas com maiores taxas eram Cariri Oeste, com 42,4%; e Extremo Norte, com 40,35%. É importante lembrar que a febre aftosa é uma doença contagiosa, causada por um vírus de rápida multiplicação. O animal infectado apresenta feridas na boca, nos lábios, nas tetas e nos cascos. Os bichos também se afastam do rebanho, babam, não comem e não bebem água. O prejuízo é grande.