Adoção do cão Caramelo chama atenção para a guarda responsável
21/12/2022 – Atualizado em 21/12/2022 – 9:59am
Um caso de adoção se tornou público e com bastante visibilidade durante o World Dog Show (WDS), em São Paulo. Durante a competição internacional de cães de raça, realizada no dia 10 de dezembro, um cão sem raça definida roubou as atenções do público ao acessar as instalações do evento, foi atendido por médicos-veterinários e acabou sendo adotado. De errante a celebridade, agora o cão tem lar, comida, assistência clínica-veterinária e atende pelo nome de Caramelo.
Quando apareceu em um dos galpões, a organização pediu auxílio à médica-veterinária Maria do Rosário Ramalho Garcia para manejar o visitante canino. Ela é integrante da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Cobea/CFMV) e encaminhou o animal à central veterinária. “Foi feito o atendimento clínico e verificamos que o Carmelo aparentava estar em boas condições de saúde”, relatou.
O casal que o adotou, Monica e Carlos Pillon, cria cães de raça, mas também se dedica à proteção animal. Por vezes, acolheram animais abandonados próximos à propriedade familiar, em Campos do Jordão, interior paulista. “Recebemos ninhadas inteiras, castramos, adotamos uns e encaminhamos outros para guarda responsável”, declarou Monica. Os novos guardiões de Caramelo garantem que o animal está bem, será submetido a um check-up e logo será castrado e vacinado.
Dezembro verde
O caso ganhou repercussão na mídia e serviu de gancho para reforçar a campanha Dezembro Verde, de incentivo à guarda responsável e de combate ao abandono de animais. Para a médica-veterinária Kellen de Sousa Oliveira, presidente da Cobea, a adoção é uma prática importante para o controle de zoonoses. “Além de contribuir com a saúde, o bem-estar, a qualidade e a expectativa de vida do animal, quem adota colabora também com a saúde humana e do meio ambiente”, destacou.
A médica-veterinária Ana Liz Ferreira Bastos, vice-coordenadora executiva do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo (IMVC), explica que ainda falta orientação sobre a responsabilidade de se ter um animal. “Muitos dos que circulam pelas ruas, principalmente em cidades do interior, com casas sem muros para contê-los, passam a ter vida livre, ou seja, seus donos não conseguem mantê-los em casa, o que pode levar o animal a se perder ou gerar abandono”, explica.
Segundo Kellen, “existem vários abrigos, canis e organizações não governamentais (ONGs) que precisam de adotantes”. Para reduzir o problema, as entidades acolhem animais e os encaminham para adoção responsável, inclusive com cruzamento de perfil do animal e do adotante, no intuito de evitar transtornos futuros.
Coletivo
Com essa perspectiva, de atender às diversas demandas referentes à relação entre animais de companhia, seres humanos e seus impactos ambientais e sociais, foi criada a Medicina Veterinária do Coletivo (MVC).
Entre as suas ações, está o manejo de animais em condição de rua, com o objetivo de proporcionar o seu bem-estar e o equilíbrio ambiental. O médico-veterinário do coletivo também monitora as famílias e seus pets, com orientações sobre o controle e a prevenção de zoonoses e de outros agravos que envolvem a interação humano, animal e ambiente. O profissional também atua no diagnóstico das interações humano-animais negativas relacionadas com violência interpessoal, maus-tratos, abuso, negligência e crueldade animal.
É uma especialidade multidisciplinar, que utiliza conhecimentos da Saúde Coletiva, da Medicina de Abrigos, da Medicina Veterinária de Desastres e da Medicina Veterinária Legal para promover a saúde e o bem-estar, considerando os animais como parte integrante da sociedade.
Ficou interessado em atuar nessa área? Especialize-se. Desde 2021, IMVC foi credenciado pelo CFMV para conceder título de especialista em Medicina Veterinária do Coletivo, por meio da Resolução CFMV nº 1.394/2021. Acompanhe os editais no site do instituto.
Departamento de Comunicação do CFMV