Acupuntura veterinária é tema de destaque do 35º Anclivepa em BH

01/05/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:56am

01 de maio de 2014 – A acupuntura veterinária foi um dos temas que despertou expressivo interesse dos congressistas que participam do 35ºAnclivepa em Belo Horizonte. Em palestra ministrada nesta quinta-feira (1º/5), o dr. Durval Verçosa Júnior  respondeu a seguinte pergunta:  A acupuntura deve ser indicada em quais casos? 'Quase todos', afirmou o médico veterinário, que é considerado um dos expoentes do assunto no  Brasil.

Dono de diversos títulos na área – entre eles mestre e doutor -, Verçosa  explica que a acupuntura pode ser indicada para a maioria dos problemas dos animais, embora reforce que  o tratamento tem melhor eficácia em determinados casos. É o que acontece com problemas relativos a dor.   A acupuntura veterinária é recomendada por liberar a endorfina, hormônio que aumenta a resistência e alivia a dor. "Há diferentes teorias sobre o assunto. Há quem afirme que, ao ser inserida no animal,  a agulha libera autacóides, dentre eles, alguns analgésicos",   explicou o médico veterinário.

Verçosa afirma que a lesão da coluna vertebral é o caso mais tratado pela acupuntura e consiste na aplicação de agulhas em pontos do corpo conhecidos por 'meridianos chineses'.   Como um dos métodos da  Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a acupuntura obtém de cada um desses pontos um efeito terapêutico próprio.  "Ela pode propiciar uma melhora mais rápida do animal",  afirmou, logo depois de mostrar, em vídeos,  o progresso de pacientes já na terceira sessão do tratamento.  

Medicina complementar

Em consonância com a Organização Mundial de Saúde (OMS) que define o tratamento como complementar, Verçosa explica a  acupuntura como sendo um auxílio à medicina clínica veterinária convencional. "Ela  é complementar e não alternativa, já que alternativo dá ideia de um ou outro",  conclui.  Signfica que ela não dispensa os medicamentos prescritos.

Qualidade de vida
Outro resultado da acupuntura é a melhor qualidade de vida proporcionada aos animais idosos. É o que acontece com bichos que têm artrite – inflamação nas articulações, típica em animais com idade mais avançada.  Verçosa mostrou casos de extrema dificuldade de locomoção. "Com a acumpuntura, o animais voltaram a caminhar. Contudo, é preciso avisar para o proprietário do animal idoso que ele poderá ter mais qualidade de vida. E isso não significa que vai sair correndo como antes", orienta.

A acupuntura animal também é utilizada com eficácia para  diversos problemas, como insuficiência renal, eplepsia, incontinência urinária, dermatite, distúrbios comportamentais, traumatismo craniano, sequelas de cinomose, de AVE e de paradas cardio-respiratórias, paralisia facial, diabetes e alterações hematológicas . Também é realizada em parto/lactação, sedação, preparatório pré e pós-operatório e em animais exóticos e idosos.

Já a contra-indicação é feita para gestação, tratamentos oncológicos, infecções,  indicações cirúrgicas e em bichos idosos ou muito jovens que não estejam nutridos. 

Custo

Em média, uma sessão custa entre R$ 80 a R$ 100, dependendo do método a ser usado.  O tratamento pode ser feito com agulha, moxabustão (acupuntura térmica feita pela combustão de ervas), ventosas e sangria. Também pode recorrer à aurículo terapia,  à eletro acupuntura, ao laser acumpuntura, ao implante de fios absorvíveis,  dentre outros. 

No caso da técnica que utiliza implantes de contas de ouro, o proprietário pode desembolsar cerca de R$ 100 por agulha.    

Especialidade

Recentemente,  a acupuntura veterinária foi reconhecida como mais uma especialidade da profissão.  No início deste ano, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) habilitou a Associação Brasileira de Acupuntura Veterinária (Abravet) a emitir o título de especialista, por meio da  Resolução 1051/2014.
 

O evento

O Congresso Brasileiro da Anclivepa (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) acontece todos os anos nos estados da Federação.  No evento de abertura, contou com a participação do presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda. “Este é o momento ideal para a atualização técnica e científica de conhecimentos, já que o Anclivepa é, atualmente, o evento que reúne a maior participação dos profissionais do país”,  afirmou.

O 35º Anclivepa segue com extensa programação até esta sexta-feira (2/5).
 

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