A importância da avaliação e os desafios da gestão dos cursos foram assuntos do segundo dia do XXII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária
17/11/2015 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:50am
A avaliação do desenvolvimento de competências humanísticas nas Instituições de Ensino Superior (IES) como liderança, comunicação, tomada de decisão, atenção à saúde, entre outros, e a importância da avaliação para mensurar os resultados dessa estratégia bem como a avaliação das competências técnicas específicas, abordados como ferramentas de gestão, nesta terça-feira (17), durante o XXII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária, em Brasília (DF).
João Otávio Junqueira, reitor do Centro Universitário Octávio Bastos, em São João da Boa Vista (SP), conta que a avaliação é utilizada para corrigir distorções e deficiências do projeto pedagógico e, assim, adequar os percursos educativos, com uma métrica de avaliação centrada no aprendizado do aluno. "Quais as características que devem ser observadas no aluno para desenvolver as competências e qual a contribuição do professor nesse processo? Fazer gestão de curso exige a análise de indicadores", explica Junqueira.
Para a avaliadora institucional do Ministério da Educação (MEC), Sônia Koehler, a avaliação deve ser de cunho colaborativo e informativo. "Precisamos de uma gestão aberta, que envolva e capacite as equipes", diz. Em sua visão, a avaliação de curso deve responder a três perguntas: "o que somos", "o que queremos ser" e "o que devemos ser".
Trabalho conjunto
Durante a roda de debates da manhã, também foi ressaltada a necessidade de um trabalho aberto nas IES, que agregue o conhecimento de todos os envolvidos. "Estamos em um processo construtivo de elaboração de instrumentos para melhorar a qualidade da avaliação, que vem como exigência de mercado. E precisamos caminhar associando o tripé ensino, pesquisa e extensão", diz o integrante da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV), Marcelo Diniz.
Sônia Koehler destacou a importância do retorno sobre a avaliação, seja positivo ou negativo, com a sensibilização dos docentes. "Nós temos que estabelecer essa cultura de pesquisa, sensibilizando e envolvendo. A prerrogativa da avaliação é que seja formativa, não punitiva".
A adoção de critérios únicos para avaliação foi também levantada durante os debates. "Temos especificidades que levam em conta a região, o propósito e elementos formação próprios", afirmou Otávio Junqueira.
Gestão
Os desafios e soluções para os problemas enfrentados pelos coordenadores foram compartilhados com os participantes do Seminário pelos diretores dos cursos de Medicina Veterinária da Universidade de Cuiabá (Unic), Lázaro Manuel de Camargo e da Universidade de São Paulo (USP), Enrico Lippi Ortolani.
"O gestor precisa ser comprometido, eficaz, crítico, reflexivo, com sólida fundamentação conceitual e técnica de sua área, estar alinhado com as estratégias institucionais, além de ter bom relacionamento interpessoal. Temos que ir além da formação técnica, formar o ser humano que vai tomar a decisão, alguém com visão holística do mundo, com a percepção da Saúde Única", afirmou Lázaro Camargo, diretor da Unic.
Enrico Lippi Ortolani, diretor do curso de Medicina Veterinária da USP, falou sobre a importância do investimento em cursos de didática para os professores. "Quais as causas da deficiência do docente? Inexperiência, falta de didática, apatia do final de carreira, falta de cobrança", afirmou.
Segundo ele, é preciso buscar estratégias para atrair alunos que tenham vocação para a profissão. "O diretor, coordenador de curso e os responsáveis pelas disciplinas são as pedras angulares, fundamentais para os cursos. Mas, para o aluno, a pedra angular é a vocação", afirmou.
O debate sobre esses desafios foi conduzido pelo integrante da CNEMV/CFMV, Marcelo de Sá Pacheco.
Ensino
O Seminário também contou com palestra da presidente da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Cebea/CFMV), sobre os desafios do ensino de bem-estar animal nas Universidades. O presidente da Comissão Nacional de Assuntos Políticos (Conap/CFMV), Júlio Barcellos, falou sobre a importância do ensino de produção animal na Medicina Veterinária.
Assessoria de Comunicação do CFMV