Aquicultura e Medicina Veterinária Legal encerram debates do I Simpósio Brasileiro de Especialidades Emergentes
25/10/2017 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am
Por Lisiane Cardoso
A Aquicultura é a atividade produtiva que mais se desenvolve, com taxa média de crescimento de 10% ao ano. Essas informações, que revelam uma área de atuação promissora para médicos veterinários e zootecnistas, foram ressaltadas em palestra da médica veterinária Agar Perez, durante o I Simpósio Brasileiro de Especialidades Emergentes do Sistema CFMV/CFMVs.
O evento, realizado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) com o apoio do CRMV-CE e da Universidade de Fortaleza (Unifor), terminou nesta terça-feira (24/10). No último dia de Simpósio, os destaques foram a Aquicultura e Medicina Veterinária Legal.
Agar Perez, integrante da CNEE e GT Aquicultura do CFMV. Foto: Ascom/CFMV
Agar Perez, integrante da Comissão Nacional de Especialidades Emergentes e do GT Aquicultura do CFMV, falou sobre “Sanidade em Piscicultura”.
Durante a apresentação, Agar incentivou os profissionais a conhecerem a Resolução CFMV nº 1165/2017 que trata sobre Anotação de Responsabilidade Técnica e registro de profissionais e de estabelecimentos de cultivo e manutenção de organismos aquáticos.
“O CFMV também está trabalhando na elaboração de um manual de responsabilidade técnica para Aquicultura, de acordo com essa nova resolução”, afirmou Agar.
Agar fez um alerta “as espécies exóticas que foram introduzidas trouxeram problemas para o Brasil e nós não conhecemos o status sanitário das nossas águas quanto à presença de vírus, parasitas e bactérias. O médico veterinário precisa estar ao lado dos piscicultores, para que eles sejam orientados”, afirmou.
Foto: Ascom/CFMV
A médica veterinária ressaltou a preocupação com a Saúde Única. “Quando falta sanidade em qualquer ponto da cadeia produtiva, leva a doenças e contaminação do pescado, contaminação ambiental, risco para o consumidor, perdemos a Saúde Única”.
O fortalecimento da Aquicultura e a presença dos médicos veterinários nessa área contribuem para a produção de alimentos inócuos e de qualidade. “A inocuidade é a garantia de que um alimento não causará dano ao consumidor ao ser ingerido”, destacou Agar.
Carnicicultura e Malacocultura
A médica veterinária Emiko Shinozaki, integrante do GT Aquicultura do CFMV, falou sobre “Sanidade em Carnicicultura” e ressaltou a importância de preocupar-se com a biosseguridade. “A implantação de medidas de biosseguridade não é algo feito do dia para a noite”, afirmou Shinozaki.
Emiko Shinozaki, integrante do GT Aquicultura do CFMV. Foto: Ascom/CFMV
De acordo com a médica veterinária, alterações bruscas na qualidade da água, como temperatura, tornam o animal mais suscetível a doenças. “É importante que o médico veterinário saiba quais as doenças que ocorrem naquela região de produção”, afirmou Shinozaki.
Os participantes do Simpósio também conheceram mais sobre a Malacocultura, cultivo de moluscos como mexilhão, ostras e vieiras. “Sanidade em Malacocultura” foi o tema da médica veterinária Eliana de Mesquita, integrante do GT Aquicultura do CFMV.
Eliana de Mesquita, integrante do GT Aquicultura do CFMV. Foto: Ascom/CFMV
“A Malacocultura é um nicho de mercado que o médico veterinário está perdendo para outras profissões. E essas profissões não tem o conhecimento que nós temos. Os médicos veterinários são os únicos que podem atuar em sanidade. O CFMV está de parabéns em mostrar que essa é uma área de atuação nossa”, ressaltou.
Médicina Veterinária Legal
As palestras sobre “O Médico Veterinário Forense” e “O papel do Médico Veterinário como Perito” encerraram o I Simpósio Brasileiro de Especialidades Emergentes do Sistema CFMV/CFMVs.
“O médico veterinário forense pode ser qualquer um de nós. É todo médico veterinário que é chamado ao fórum para auxiliar”, afirmou Noeme Sousa Rocha, da Unesp de Botucatu (SP).
Ana Cristina Tasaka (Unip), Noeme Sousa Rocha (Unesp/Botucatu) e Carlos Muller (CNEE/CFMV). Foto: Ascom/CFMV
As palestrantes ressaltaram que todo médico veterinário precisa conhecer o manual de responsabilidade técnica e legislação.
“A Medicina Veterinária está se expandindo, temos que pensar a respeito disso. Podemos trabalhar como peritos ou como assistente técnico”, afirmou Ana Cristina Tasaka, da Universidade Paulista (Unip).
Assessoria de Comunicação do CFMV