Seres: Piscicultura é tema de um dos cursos exclusivos do Banco de Conhecimento
06/04/2017 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:45am
Por Roberta Machado
O médico veterinário e o zootecnista são atores fundamentais na produção de alimentos de origem animal, uma atuação que se estende além das fazendas até o fundo de tanques, açudes e lagos. Afinal, esses profissionais estão presentes também na produção de peixes, um dos mercados que mais cresce no Brasil e no mundo. Com a intenção de auxiliar na formação desses profissionais, o Seres – Banco de Conhecimento da Medicina Veterinária e Zootecnia oferece um curso gratuito de Responsabilidade Técnica (RT) em piscicultura.
Este é um dos quatro temas abordados pela plataforma de Ensino a Distância (EaD) desenvolvida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e lançada neste mês de março. O site conta também com um curso sobre RT em Animais Selvagens, um de RT em Instalações Animais e dois módulos de Medicina Veterinária Legal.
“O Conselho está lançando mão desses cursos a distância como uma opção para os graduandos ou mesmo para colegas já graduados poderem conhecer o assunto”, adianta a médica veterinária Agar Perez, integrante da Comissão Nacional de Especialidades Emergentes (CNEE/CFMV). De acordo com Agar, que desenvolveu as aulas virtuais especialmente para o Banco de Conhecimento, o conteúdo pode ser acompanhado mesmo pelos profissionais que não têm experiência na área. “O curso é para médicos veterinários e zootecnistas. É um curso básico, para os colegas que estão iniciando nesta área”, descreve.
O material didático, ressalta Agar, inclui literatura técnica, material fotográfico e informações de caráter mais prático, inspiradas na experiência profissional da própria médica veterinária, que atua nessa área há quatro décadas. “Tem muito material indicado para ser consultado, inclusive de indicações de estudo. É um curso para despertar a atenção para este tema”, explica a médica veterinária.
Imagem: Seres/divulgação
O curso sobre RT em piscicultura do Seres aborda conceitos fundamentais de boas práticas na criação de peixes, com infográficos explicativos sobre anatomia e os tipos de cultivo desses animais. Com o auxílio deste curso digital, profissionais e estudantes podem se informar sobre a biossegurança e profilaxia na piscicultura, e aprender mais sobre a detecção, prevenção, diagnóstico e o controle de doenças.
As aulas também abordam noções básicas de anatomia, assim como os principais sistemas de cultivo e as condições ambientais necessárias para que os peixes cresçam saudáveis. O médico veterinário que concluir o Curso de RT em Piscicultura estará mais preparado para atuar no setor, evitando a ocorrência e a difusão de doenças nos plantéis, além de auxiliar o produtor na adoção de boas práticas de cultivo, com o uso de técnicas, equipamento e manejo adequados.
Crescimento
De acordo com uma projeção da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Brasil deve registrar um crescimento de 104% na produção de peixes até 2025. Esse mercado é impulsionado principalmente pelo pescado destinado à alimentação, cujos recursos naturais têm se esgotado, mas inclui também os peixes ornamentais.
O médico veterinário e o zootecnista são peças fundamentais nesse cenário de expansão, pois são eles que auxiliam na orientação das melhores técnicas e procedimentos que permitem o aumento dos índices de produtividade. Quando o plantel é cultivado com o auxílio de um médico veterinário e de um zootecnista, ele permanece saudável, e aumenta consideravelmente a rentabilidade da produção. “A escolha desse tema se deu pela necessidade de mostrar aos colegas que existe este campo de trabalho e que nós estamos deixando de lado”, explica Agar.
De acordo com a médica veterinária, os conteúdos relativos à piscicultura não estão tão presentes quanto deveriam nos currículos acadêmicos, e os cursos voltados para esta área nem sempre atendem à crescente demanda. “Acho que a Medicina Veterinária especialmente demorou um pouco para enxergar a importância da área. Como a piscicultura é uma produção importante de proteína animal, ela não poderia ser esquecida. Agora o CFMV está dando maior ênfase ao tema, para que médico veterinário possa descobrir esse mercado, que gera renda, trabalho e alimento de alto valor proteico”, ressalta Perez.
Responsabilidade técnica
Ao final do curso, o estudante terá a opção de fazer uma avaliação e, se aprovado, receber um certificado digital que vai complementar a formação tradicional de responsável técnico que já é obtida junto aos conselhos regionais.
A Responsabilidade Técnica é um Selo de Qualidade do empreendimento com a chancela do CRMV, sendo exercida por um profissional médico veterinário ou zootecnista cadastrado no respectivo CRMV. “Os zootecnistas podem ser RT, desde que se atenham na área de produção. Quando no estabelecimento haja problema de ordem sanitária, o zootecnista deverá procurar um médico veterinário. Dessa forma, tudo que envolver Defesa Sanitária Animal será privativa do médico veterinário”, esclarece Agar Perez.
Para se constituir RT, o profissional necessita formalizar um contrato com o empregador. Esse contrato deve ser registrado no CRMV e a atividade do RT é orientada pelo Manual de Responsabilidade Técnica.
Assessoria de Comunicação do CFMV
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