Controle de zoonoses requer abordagem integrada na Saúde com participação de médicos-veterinários e zootecnistas
Conhecido por sua biodiversidade, o Brasil enfrenta um desafio contínuo no controle das zoonoses – doenças transmitidas entre animais e humanos, que ameaçam a saúde pública e animal. O país registra casos de febre amarela, leishmaniose, leptospirose, entre outras doenças, cenário que mobiliza a implementação de campanhas de vacinação, programas de controle e iniciativas de conscientização – ações promovidas por meio de uma abordagem integrada e multidisciplinar de profissionais da área da Saúde, entre os quais se destacam médicos-veterinários e zootecnistas.
O controle de zoonoses ultrapassa fronteiras. Hoje, 6 de julho, é data que marca o Dia Mundial das Zoonoses, momento que evidencia a ligação entre as saúdes humana, animal e ambiental – conceito de Saúde Única ou Uma Só Saúde, abordagem promovida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Causadas por diversos agentes como vírus, bactérias e fungos, 60% das doenças infecciosas humanas e 75% das novas doenças emergentes têm origem animal, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). O cenário é ampliado pelo aumento das cadeias de agricultura e abastecimento alimentar, facilitando a transmissão entre espécies e impactando diretamente na saúde pública global.
ABORDAGEM INTEGRADA – O controle das zoonoses ocorre pela conexão de diversas áreas da saúde. No caso dos médicos-veterinários, os profissionais atuam em todas as fases de vigilância e na prevenção e controle, desde a inspeção de produtos de origem animal até a saúde ambiental, com conhecimentos em profilaxia, diagnóstico clínico e laboratorial, epidemiologia, inspeção, vigilância, educação, prevenção e promoção à saúde.
Os zootecnistas contribuem oferecendo orientações quanto ao manejo de rebanhos e resíduos e às boas práticas para prevenção e controle de doenças, planejamento e gestão de planos de biossegurança, educação e capacitação de produtores rurais e trabalhadores. “A atuação dos médicos-veterinários e zootecnistas não se limita aos animais, e se estende à proteção da saúde das pessoas e do meio ambiente. Em um mundo cada vez mais interligado, reconhecer e fortalecer esse papel é fundamental para enfrentar desafios emergentes e garantir um futuro mais saudável para todas as espécies”, destaca Ana Elisa Almeida, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
Veja como atuam médicos-veterinários e zootecnistas no controle de zoonoses