Acreditação internacional de cursos de graduação finaliza debates do XXII Senemev
18/11/2015 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:50am
Nesta quarta-feira (18), último dia do XXII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária (Senemev) os participantes discutiram a Acreditação de cursos de graduação e a Acreditação Internacional no Sistema do Arcu-Sul, composto pelos países do Mercosul.
O presidente do Consejo Panamericano de Educación en Las Ciencias Veterinárias (Copevet), Eduardo Pons, diz que ao se falar de Acreditação é preciso levar em conta o perfil do médico veterinário, que passa por um profissional universitário com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. "Os professores têm que trabalhar como equipe e fazer uma estrita seleção de conteúdo, pensando sempre em qual médico veterinário devemos formar para atender o perfil", afirmou.
Segundo ele, preparar-se para a avaliação exige tempo. "Nós, docentes, estamos condenados a avaliar e a sermos avaliados. Mas é preciso conhecer duas realidades – uma que acreditamos que temos e a outra da real situação da faculdade que é revelada pelo ‘olhar’ do avaliador externo", disse.
As competências do Médico Veterinário definidas pelo Sistema Arcu-Sul são consoantes com as da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e foram destacadas por Pons como essenciais, e incluem o compromisso acadêmico, a reestruturação curricular, a atuação em equipes multidisciplinares e a integração harmônica do corpo docente.
Durante a rodada de debates, João Carlos Pereira, integrante da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV) e da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes), afirmou que o Sistema Arcu-Sul se apoia em três pilares – o processo de integração regional, a capacitação de recursos humanos e a harmonização de sistemas educacionais. Na América Latina, já houve a Acreditação de 28 cursos de Medicina Veterinária, sendo 11 deles localizados no Brasil. "A globalização e internacionalização devem ser incorporadas nos instrumentos de avaliação e esse caminho não tem volta ", diz Pereira.
Para o professor José Paes, diretor da faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual Paulista de Botucatu (SP), a avaliação externa é uma oportunidade única para melhorias e reconhecimento de erros. "É um processo árduo que resulta em estratégias para corrigir deficiências, o que tem reflexo na formação do estudante, que é o ponto principal", acredita.
O condutor dos debates e presidente da CNEMV/CFMV, Felipe Wouk, questionou a construção de estratégias pelas Instituições de Ensino para atingir os mecanismos norteadores da OIE. "Precisamos transformar essas reflexões em estratégias para a ação", indicou.
Em relação à Acreditação, Wouk acredita que uma das tendências das avaliações nacionais seja adotar o que já é feito na Europa – a presença de avaliadores de outros países e de integrantes da comunidade nas comissões de avaliação, além de médicos veterinários atuantes no mercado em diferentes áreas.
Aprendizados
Para Milena Rodrigues, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade São Judas Tadeu (SP), a interação de coordenadores de diferentes áreas é um dos maiores benefícios do Seminário.
“Espero que possamos enriquecer cada vez mais a formação dos alunos encontrando novos caminhos de inserção dos estudantes no mercado, gerando maior empregabilidade e proporcionando melhorias na grade curricular”, afirmou Rodrigues.
O estudante do 6º semestre de Medicina Veterinária da Universidade de Marília (Unimar), Rodrigo Mazzeto, participou pela primeira vez do evento. “Foi muito interessante, pois nós conseguimos enxergar os bastidores da atuação dos professores e isso gera uma visão mais ampla do nosso curso e das melhorias contínuas buscadas pelo Conselho Federal para a formação do aluno”, disse Mazetto.
Durante o encerramento, a CNMEV/CFMV agradeceu e parabenizou os participantes, entre gestores, coordenadores, docentes e discentes que participaram do evento.
A CNEMV também destacou as parcerias do CFMV com órgãos ligados à educação, entre eles o Ministério da Educação (MEC), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o Conaes, além do Sistema de Acreditação do Arcu-Sul. "Buscar a valorização profissional do médico veterinário é garantir à sociedade a prestação de serviços médicos veterinários de qualidade", finalizou Felipe Wouk.
Em mensagem aos participantes do Seminário o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Benedito Fortes de Arruda, ressaltou a importância das discussões.
"Precisamos entender que ninguém transfere conhecimento para ninguém, o que existe são educadores que sabem trabalhar em seu processo educacional e contribuem para que pessoas façam suas mudanças. Não há docência sem discência, e por que não fazer essa união tão importante entre o ensino e a aprendizagem?", questionou Arruda.
Confira a galeria de fotos do XXII Senemev:
http://portal.cfmv.gov.br/galeria/index/id/63
Saiba mais:
http://portal.cfmv.gov.br/noticia/index/id/4446
http://portal.cfmv.gov.br/noticia/index/id/4445
Assessoria de Comunicação do CFMV