OIE livra Brasil de surto de mal da vaca louca

12/05/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:56am

Publicado em O Popular em 10/05/2014

O Ministério da Agricultura afirmou que a Organização Mundial de saúde animal (OIE, na sigla em inglês) confirmou o caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), registrado em frigorífico da JBS, dona da marca Friboi, em Mato Grosso, como "atípico". Com isso, os exames feitos pela OIE em laboratório na Inglaterra afasta a hipótese de o animal ter contraído a doença pela ingestão de alimento e um eventual surto no País.

Apesar do resultado positivo, a Agricultura ressaltou em nota que não houve "diagnóstico conclusivo que possa ser usado para classificá-lo de forma inequívoca até o momento". Ou seja, a OIE não conseguiu identificar a origem da doença e optou por respaldar os exames feitos pelo laboratório da rede estatal Lanagro, em Recife.

O laboratório brasileiro classificou o caso como atípico devido ao fato de o animal não ter desenvolvido a doença nem ter morrido em função dela. O Lanagro detectou que uma deficiência na formação de proteína, a chamada marcação priônica, se desenvolveu por causa da idade avançada do animal – ela ocorre normalmente em bovinos acima de dez anos, em função do envelhecimento das células.

A vaca nelore tinha 12 anos. O caso clássico da doença ocorre em rebanhos mais novos, de até 7 anos, que é a média de idade limite dos animais comercializados no mercado. Nesses casos, a enfermidade pode ser causada pela alimentação à base de farinha de osso e carne.

 A divulgação do caso levou o Peru a suspender oficialmente a importação de carne brasileira. Irã e Egito impuseram embargo ao produto de Mato Grosso. Em sua nota, o Ministério da Agricultura frisa que o Comitê Veterinário Permanente do Cone Sul (CVP) elogiou a rapidez e transparência do serviço sanitário brasileiro, ressaltando que as ações adotadas serão bem avaliadas pela comunidade internacional.

"As embaixadas brasileiras e o serviço Veterinário oficial do Brasil já estão preparados para fornecer quaisquer esclarecimentos aos parceiros comerciais que os solicitem ou que criem restrições temporárias", concluiu.