Ucrânia: Crise favorece mercado de suínos

25/03/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:57am

A crise na Ucrânia deve alavancar as exportações brasileiras de carne suína. Foi o que declarou Marcos Jank, diretor executivo global de assuntos corporativos da BRF. "A crise na Ucrânia nos favorece não só pelo fato de a Rússia estar com relações políticas e comerciais estremecidas com os outros países da Europa e com os Estados Unidos, mas também pelo fato de terem surgido problemas sanitários no país, o que acabou gerando um procura por Suínos em outros locais do mundo. E o Brasil tem sido privilegiado nesse processo", explica, mencionando que essa demanda extra pela produção brasileira tende a aumentar a pressão sobre os preços da carne suína nos mercados interno e externo.

 

O executivo participou de um encontro realizado ontem entre a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), onde foi anunciada a fusão das duas entidades para a criação da nova Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A nova entidade será presidida por Francisco Turra, ex-presidente da Ubabef e terá dois vice-presidentes: Ricardo Santini, ex-diretor de Mercados da Ubabef, que ficará responsável pela área de Avicultura, e Rui Eduardo Saldanha Vargas, ex-presidente da Abipecs, responsável pela área de Suínos.

 

De acordo com Francisco Turra, a ABPA é a maior entidade representativa da cadeia de proteína animal do país e uma das maiores do mundo, com 132 associados. Juntas, as duas cadeias produtivas geram 1,7 milhão de empregos diretos, 4,1 milhões de empregos indiretos, um PIB somado de R$ 80 bilhões e ainda US$ 10 bilhões em receitas de exportações. "O montante corresponde a 10% da balança comercial do agronegócio brasileiro e 4,1% das exportações nacionais", afirma Francisco Turra.

 

De acordo com ele, a criação a ABPA foi estudada por dois anos e visa ao fortalecimento das duas cadeias produtivas e à ampliação da sinergia de trabalho e de ações. "Vimos que tínhamos agendas comuns no Ministério da Agricultura e perseguimos objetivos semelhantes no comércio exterior. Por isso resolvemos unir as forças para crescer e abrir mercado", completa Rui Eduardo Saldanha.

 

Para Saldanha, este será o ano da carne suína brasileira. "Já tínhamos estimado um aumento da demanda por causa do incremento de consumo previsto com a Copa do Mundo. Agora que o Brasil está no foco da demanda externa, por causa da Ucrânia, a pressão pelo aumento de preços da carne suína vai aumentar, pois muitos produtores nacionais vão preferir as exportações. Não temos um prognóstico sobre o percentual de aumento, mas há uma tendência, sim. ", afirma.