Feirante contrai leishmaniose em Petrolina, PE

14/03/2014 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:57am

Há quase um mês, um feirante de Petrolina, no Sertão pernambucano, está internado com Leishmaniose, doença popularmente conhecida como calazar. Segundo relato de familiares, a quantidade de cachorros de rua que se aglomeram nas feiras colocam em risco a saúde de feirantes e da população.

Desde o dia 15 de fevereiro, um feirante de 67 anos começou a sentir os sintomas. "Ele ficou muito magro de uma hora para outra e sem querer comer. Depois de oito dias foi feito o exame que detectou a calazar", relatou Matilde de Souza Carvalho Ferreira, filha do feirante.

Segundo Matilde, vários cachorros transitam pelas feiras livres da cidade, e especialmente na da Cohab Massangano, onde seu pai trabalha. "O pessoal que vende carne e peixe joga os restos em locais onde os cachorros têm acesso. Qualquer pessoa pode ir lá e ver a sujeira. Eu fiquei muito triste porque é um lugar que deve ter higiene e eu sei que essas pessoas dependem disso para sobreviver, mas assim como foi meu pai, poderia ter sido com qualquer outra pessoa", lamenta.

De acordo com a filha do feirante, ele continua internado no hospital da cidade de Juazeiro, Bahia, e ainda não tem previsão de alta.

O G1 conversou o Veterinário Washington Gonçalves, que integra a equipe da Vigilância Sanitária da Prefeitura de Petrolina. Segundo o profissional, não é possível precisar se a transmissão aconteceu na feira livre. "A doença é transmitida pelo parasita e pode ser adquirida em qualquer lugar", justificou.

O Veterinário afirma que não é a presença dos cachorros que determina o contágio da Leishmaniose, mas do animal infectado. "Tem animais no local, mas o Centro de Controle de Zoonoses da cidade tem capturado muitos deles, cerca de oito por dia, mas nem todos estão infectados", disse.

"Uma das formas de prevenção da proliferação de animais nas feiras é descartar, de forma correta, os restos de carnes em locais longe do acesso dos bichos", orienta o Veterinário da Vigilância Sanitária. O Veterinário ressalta que cabe à Vigilância Sanitária fiscalizar as feiras da cidade e problemas com animais que forem detectados, o Centro de Zoonoses deve ser acionado.