PRESERVAÇÃO

29/04/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:00am

A observação da arara-azul-de-lear, ave ameaçada de extinção, ficou mais fácil neste mês com a inauguração de um alojamento para visitantes em uma reserva particular no sertão da Bahia dedicada à conservação da espécie.

O objetivo da Fundação Biodiversitas, de Belo Horizonte, que acaba de abrir o alojamento da Estação Biológica de Canudos (BA), é receber com mais conforto os visitantes, sobretudo os chamados "birdwatchers" – praticantes do turismo de observação de Aves.

Conhecedores das araras, os guardas do parque levam os turistas até os paredões de arenito que servem de dormitório e local de reprodução das araras. O roteiro costuma começar logo cedo, às 5h, quando as araras, sempre em pares e fazendo alvoroço, saem das tocas para buscar alimento – os cocos da palmeira licuri – em outras regiões.

O alojamento conta com seis suítes e uma casa de convivência, e oferece café da manhã aos visitantes. Para as demais refeições, a fundação recomenda a cidade de Canudos, a 6 km da reserva. "Com isso, estendemos os benefícios do programa de turismo para o município, além de ser um momento para se conhecer os hábitos do canudense e sua história, que tem como personagens Antônio Conselheiro, Lampião e Maria Bonita", afirma Gláucia Drummond, superintendente geral da Biodiversitas.

Considerada uma das Aves mais ameaçadas de extinção no planeta, a arara-azul-de-lear quase desapareceu da natureza. A espécie foi descrita apenas em 1856. Desde então, poucas informações estavam disponíveis e sua área de ocorrência permaneceu desconhecida por mais de um século. A espécie foi descoberta na natureza apenas em 1978, no nordeste da Bahia. Em 1979, sua população era estimada em cerca de 50 indivíduos.

Há cerca de 20 anos a Biodiversitas começou seus trabalhos na região de Canudos para a proteção da espécie. Hoje a população da arara-azul-de-lear é superior a 1.100 indivíduos. Pela última lista de espécies ameaçadas da fauna brasileira, a espécie estava na categoria de "criticamente em perigo". Mas hoje, devido aos esforços de preservação, pesquisadores e instituições já a consideram como "em perigo" -uma categoria abaixo.