preservação

04/02/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

Aproximadamente 270 toneladas de agrotóxicos obsoletos, que estão armazenados por produtores rurais em diversas regiões do Estado de São Paulo, serão incineradas. Os locais escolhidos para isso receberam licenciamento da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

A ação se concretiza após dez meses de campanha, realizada pelas Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, da Agricultura e Abastecimento, Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), Federação da Agricultura do Estado (Faesp), Organização das Cooperativas do Estado (Ocesp) e Associação Nacional das Distribuidoras de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), que levantaram a quantidade desses resíduos ainda existentes no estado.
Termo de cooperação

Os presidentes da Cetesb, Otavio Okano e João Cesar Rando, da Inpev, assinaram na sexta-feira da semana passada um Termo de Cooperação, na sede da agência ambiental paulista, para planejar o condicionamento e transporte desses agrotóxicos – proibidos desde a década de 80 no País -, para serem incinerados em fornos adequados.

Os agrotóxicos obsoletos, sendo os mais conhecidos o DDT e Aldrin, são uma das 22 substâncias tóxicas classificadas como Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) pela Convenção de Estocolmo.

O Brasil, como um dos signatários deste acordo (a Cetesb responde como Centro Regional desta convenção para a região da América Latina e Caribe), vem adotando medidas de controle relacionadas à produção, importação, disposição e uso dessas substâncias perigosas.

Entre setembro de 2011 e julho de 2012, foi desenvolvida a campanha com o tema "Levantamento de Agrotóxicos Obsoletos: Produtor Rural, nós precisamos de você", para sensibilizar os produtores rurais a declarar a quantidade de agrotóxicos obsoletos proibidos por lei, existentes nas propriedades rurais do Estado.

Composta por cartilhas, folhetos, cartazes, mensagens em rádios e pela Internet, os próprios agricultores declararam nas Casas de Agricultura e Escritórios de defesa agropecuária de todo o estado, a posse desses produtos, sem risco de sofrerem penalidades por isso.

Os dados tabulados pela Coordenadoria de Defesa Agrícola (CDA) e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), resultaram em aproximadamente 270 toneladas de agrotóxicos obsoletos declarados.

Com base em visitas técnicas realizadas para aferir essa quantidade e também na experiência de projeto semelhante realizado no Estado do Paraná, os parceiros desta campanha ainda estimam um incremento da ordem de 30%, podendo chegar a cerca de 350 toneladas de produto tóxico a serem, ainda, incineradas.

Essa quantidade foi declarada por 327 produtores rurais do estado, os quais, desde a proibição de uso em 1985, os mantiveram estocados em suas propriedades.
A maior quantidade desses resíduos está estocada em propriedades rurais da região de Lins, com 68.743 toneladas declaradas. A região de Ourinhos, com 32.812 toneladas e de Ribeirão Preto, com 30.000, também aparecem no topo da lista. A incineração desses agrotóxicos fora de uso será feita por empresa licenciada pela Cetesb no Estado de São Paulo, que deverá emitir certificados das quantidades de resíduos incinerados.