Comenda Muniz Aragão 2022 e homenagem a José Freire de Faria são entregues durante a Câmara de Presidentes do Rio

No primeiro dia da 2ª Câmara Nacional de Presidentes (CNP) de 2022, realizada nos dias 9 e 10 de junho, no Rio de Janeiro, foi entregue a Comenda Muniz Aragão ao vencedor da honraria em 2022, o coronel veterinário da reserva do Exército Brasileiro, William Ribeiro Pinho. A homenagem é prestada anualmente, em 17 de junho, no Dia da Medicina Veterinária Militar Brasileira. Neste ano, a data coincidiu com o feriado nacional de Corpus Christi, o que motivou a condecoração antecipada durante a CNP.

Indicado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) e pelo Ministério da Defesa, o coronel recebeu a comenda pelos relevantes serviços prestados à Medicina Veterinária Militar Brasileira. Com 53 anos de exercício profissional, cerca de 30 deles dedicados exclusivamente à carreira militar, Pinho foi devidamente condecorado com as medalhas militares de Ouro (30 anos de bons serviços), do Pacificador, do Serviço Amazônico, e da Ordem do Mérito Militar.

No Exército, chefiou a granja, o Laboratório de Inspeção de Alimentos e Bromatologia e a Secretaria de Veterinária. Foi professor da Escola de Equitação do Exército, do curso de formação de oficiais da Escola de Saúde do Exército, e da especialização em Inspeção de Alimentos.

O coronel entrou para reserva no Exército, mas continuou atuando no meio civil, como responsável técnico de uma universidade no estado do Rio na qual, atualmente, é professor de graduação da disciplina de bioética, ética e legislação Veterinária. Além disso, é presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária Militar e integrante da Academia de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro.

“O que me trouxe até aqui e norteia a minha vida é o amor aos animais, buscando sempre evitar sofrimentos desnecessários”, assentiu o coronel, ao receber a premiação. Ele reconheceu o apoio irrestrito recebido dos colegas civis quando foi extinto o quadro de Veterinária no Exército, entre eles, Sérgio Coube Bogado, Eduardo Batista Borges, Jadir Vogel, Zander Barreto de Miranda e Rômulo Spinnelli. “Divido também essa comenda com todos os colegas militares que estão nos lugares mais longínquos, servindo o país em defesa da saúde da população”, agradeceu.

Origem

O nome da comenda é uma homenagem ao tenente-coronel médico do Exército Brasileiro João Muniz Barreto de Aragão (1874-1922), patrono da Medicina Veterinária Militar. Ele desenvolveu trabalho relevante no combate às zoonoses, em especial, ao mormo, além de ter criado e dirigido o Serviço de Defesa Sanitária Animal, embrião do que viria a ser o Serviço de Inspeção Federal do Ministério da Agricultura. Empenhou-se pela estruturação do ensino da Medicina Veterinária no Brasil e foi diretor da Escola de Veterinária do Exército. Natural de Santo Amaro, cidade do Recôncavo Baiano, Muniz nasceu em 17 de junho, data que marca a celebração da Medicina Veterinária Militar.

“Como baiana, é emocionante, em nome do nosso presidente, Francisco Cavalcanti, fazer a entrega da comenda que leva o nome de um ilustre conterrâneo que viveu apenas 48 anos, nos deixando um legado grandioso de contribuições à Medicina Veterinária. Imagina se tivesse vivido mais. Salve, Muniz!”, aclamou Ana Elisa Almeida, vice-presidente do CFMV, ao entregar a premiação ao coronel William Pinho, neto de um baiano que foi militar da Marinha.

Centenário

O médico-veterinário José Freire de Faria também foi homenageado, durante a CNP, pelo centenário completado em abril deste ano. Natural do Maranhão, formou-se pela antiga Escola Nacional de Veterinária da Universidade Rural do Brasil (atualmente UFRRJ), em 1950, e continua com a inscrição ativa no CRMV-RJ. Com 72 anos de relevantes serviços prestados à Medicina Veterinária, Faria tem vasto currículo na área de defesa sanitária animal e foi um dos pioneiros, no Brasil e na América do Sul, no combate de doenças zoonóticas que atacavam os rebanhos e causavam prejuízos à pecuária nacional, como febre aftosa, tuberculose, raiva e brucelose.

A homenagem foi indicada pelo conselheiro efetivo do CFMV Marcílio Magalhães, em admiração ao profundo conhecimento de Faria sobre os serviços de Defesa Sanitária Animal do Brasil. “O currículo dele é muito mais vasto do que mencionamos aqui e justifico essa honraria não só pelo seu passado de grande profissional da Medicina Veterinária, mas também pelos seus 100 anos recentemente completados”, parabenizou Magalhães.

A vice-presidente do CFMV recordou o entusiasmo de Faria, quando ainda era presidente da Associação de Medicina Veterinária da Bahia, e ele da mesma entidade, no Rio de Janeiro. A participação nos Congressos Brasileiros de Medicina Veterinária (Combravet) foi outra marca dele na memória dos que tiveram oportunidade de conviver com o profissional secular. “Com o afetuoso abraço do nosso presidente, Francisco Cavalcanti, entrego o prêmio ao Dr. Faria, com quem tive o prazer de conviver, um profissional que muito honra a Medicina Veterinária por tudo o que ele representa”, assinalou Ana Elisa.

Por questões de saúde, Faria não pode receber a condecoração pessoalmente, sendo representado pelos filhos, Valéria e José Maurício de Faria. “Receber essa preciosa homenagem dedicada a ele representa o reconhecimento da classe médico-veterinária ao seu valioso trabalho e dedicação ao nosso país”, reverenciou Valéria, médica-veterinária, assim como o pai, também formada pela UFRRJ, em 1991, 41 anos após a graduação de Faria.

Segundo a filha, a Medicina Veterinária nunca foi apenas um curso ou profissão para seu pai, mas sua paixão. “Ele queria entender como a natureza e os animais agem e funcionam, como todos os seres do planeta estão interligados e influenciam no bem-estar da sociedade”, afirmou. “Respeito, humildade, dignidade, generosidade mental sempre foram os alicerces da vida do Dr. Faria, com a convicção de que qualquer objetivo só pode ser alcançado com boa vontade, persistência e muita dedicação”, agradeceu Valéria, em nome da família.

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Departamento de Comunicação do CFMV, com informações da assessoria de Comunicação do CRMV-RJ