ALAGOAS
17/01/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am
Sem leite, indústrias não têm como manter máquinas em funcionamento.Volume de leite retirado das vacas no campo é cada vez menor no sertão.
A seca está comprometendo a produção dos laticínios, no sertão de Alagoas. As indústrias não têm como manter as máquinas em funcionamento sem leite, principal matéria prima dos produtos. O volume retirado das vacas no campo é cada vez menor.
As vacas do produtor de leite Valdinês Catu estão comendo palma seca. O criador ainda teve que se desfazer de alguns bens materiais para manter a produção do Rebanho de 40 cabeças mesmo abaixo da média.
Os seis meses de estiagem derrubaram a produção de leite na região da bacia leiteira alagoana. Na Associação de Produtores Quilombolas, na zona rural de Batalha, o tanque de resfriamento reflete a queda acentuada na produção, de 40%. Como consequência, o leite que era entregue aos laticínios de dois em dois dias, abastece os caminhões de três em três dias.
O laticínio que fica no município de Batalha, considerado o coração da bacia leiteira alagoana, enfrenta a pior crise desde a fundação, há 30 anos. A empresa, que trabalhava com uma capacidade de 30 mil litros de leite por dia, recebe 14 mil litros dos fornecedores.
O estoque de produtos está baixo. A câmera frigorífica, com capacidade para armazenar 70 mil quilos, está com apenas três mil quilos. Muitas máquinas estão paradas. A queda na produção leva os funcionários a passar a maior parte do tempo parados. O presidente do laticínio Adário Monteiro diz que a crise o obrigou a dar férias a oito empregados.