ALIMENTAÇÃO

14/01/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

Para minimizar os gastos com o transporte do bagaço da cana-de-açúcar entre a Zona da Mata Sul e o Sertão do Araripe, o secretário de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco, Ranilson Ramos, e os técnicos do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realizaram estudos na área de produção de semente de milho do Projeto Bebedouro, em Petrolina, e vão investir, ainda este mês, na irrigação de milho forrageiro para alimentação animal.

O montante de R$ 500 mil vai aten­der os cria­dores da bacia leiteira do Sertão do Araripe, responsáveis por uma produção diária de 250 mil litros/dia.
A implantação de 100 hectares de milho forrageiro deve estreitar o caminho e gerar renda para os produtores. "A nossa ideia é que a produção de milho no Estado tenha mais segurança e que os gastos por conta do transporte da cana sejam reduzidos", informa o secretário.

Para cruzar a Zona da Mata Sul e chegar ao Sertão do Araripe é necessário percorrer 600 quilômetros. Com o novo programa, o trajeto será reduzido para 200 quilômetros. "A ideia é fornecer palha como volumoso, atendendo as necessidades nutricionais do gado.
Isso vai possibilitar bons índices de produtividade de leite, além da remuneração dos pequenos produtores, principalmente no período de estiagem", garante Ramos.

Recentemente, ele visitou a área plantada com milho gorotuba, que, cortado entre 35 e 45 dias, apresenta uma excelente qualidade nutricional, e solicitou que a equipe de técnicos averiguasse o local para começar a produção.
A estimativa é de que os produtores da bacia leiteira, que integram os municípios de Ouricuri, Bodocó, Granito e Exu, recebam os grãos até o fim de março. Segundo o pesquisador em milho e sorgo do IPA, José Nildo Tabosa, há uma demanda grande pela forragem verde. "Não é uma medida para se combater, mas sim para se conviver na estiagem", afirma.

De acordo com Ranilson Ramos, a análise do local pelos técnicos do IPA foi fundamental para avaliar o potencial da área em relação à produtividade de massa verde e à segurança nutricional para os rebanhos que irão receber essa forragem. "Com este plantio deveremos chegar a um potencial de produção de aproximadamente cinco mil toneladas de forragem, o que vai ajudar na alimentação dos leiteiros dos pequenos pecuaristas atingidos pela estiagem prolongada no Araripe", finaliza o secretário.