TARTARUGAS

14/01/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

Espécie ameaçada sofre doença causada por contaminação química.Estudo brasileiro quer entender impacto na população de tartarugas.

A aparição de tumores na pele de tartarugas-verdes, espécie considerada ameaçada de extinção que vive na costa brasileira, tem chamado a atenção de pesquisadores, que tentam descobrir as causas desta anomalia e como evitar uma epidemia da doença, provocada pela contaminação dos mares por reagentes químicos.

Dados coletados pelo Projeto Tamar, que trabalha com a conservação de tartarugas marinhas, aponta que cerca de 16% da população de tartarugas-verdes presente na faixa litorânea do país sofre do mal chamado fibropapilomatose, associado a um vírus que provoca o surgimento de verrugas de até 30 centímetros de diâmetro na pele dos animais.

Apesar das erupções cutâneas serem consideradas tumores benignos, pesquisadoras do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo, que analisam a doença, afirmam que a queda da imunidade das tartarugas teria relação com a enfermidade e pode abrir brechas no sistema imunológico para outras doenças.

Ainda de acordo com as pesquisadoras, é preocupante a possibilidade de exemplares saudáveis contraírem os tumores devido à convivência com espécimes contaminados – o que aumentaria mais a vulnerabilidade dessas tartarugas.

Para descobrir mais detalhes a respeito, além de buscar formas de prevenção e de preservação das tartarugas-verdes, cientistas investigam como resquícios de despejos químicos podem provocam a fibropapilomatose.

De acordo a doutoranda em Ecologia Aplicada na USP, Silmara Rossi, uma das responsáveis pela análise, compostos orgânicos com cloro despejados em rios ou depositados no solo, mas que entraram em contato com cursos d"água e se encaminharam para o mar, podem ter relação com os casos de tumores nas tartarugas.

Segundo ela, pertencem a este grupo químico os pesticidas, agrotóxicos, além de materiais utilizados na produção de transformadores elétricos. "Esses compostos são persistentes no meio ambiente. Alguns deles foram utilizados na década de 1970, mas ainda tem reflexo na água e no solo", explica a pesquisadora.

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http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/01/pesquisa-investiga-elo-entre-poluicao-do-mar-e-tumores-em-tartarugas.html