ANIMAIS

11/01/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

No ano passado, o centro recebeu mais 3,8 mil bichos.Muitos bichos chegam ao local com pouca chance de retornar à natureza.

O Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens, um dos maiores centros de reabilitação de animais do IBAMA, em Goiânia, é um verdadeiro hospital a céu aberto.
Muitos bichos chegam ao local machucados e com pouca chance de retornar à natureza.

O bombeiro andou 50 quilômetros para trazer um macaquinho ferido. Na hora o animalzinho é examinado pelo Veterinário, que dá o diagnóstico. "Esse animal não tem condições de voltar para a natureza.
O ideal era fazer a Eutanásia ou deixa-lo no recinto", diz o Veterinário Lourival Rodrigues.

Enquanto isso, um tamanduá bandeira atropelado por uma motocicleta aguarda atendimento na gaiola. Por ser de grande porte, o animal teve de ser anestesiado.
A zarabatana utilizada é bem mais moderna do que a usada pelos índios.

A injeção com anestesia é colocada na ponta do dardo. Daí é preciso ter bom pulmão para acertar o alvo.
Não demora muito e o animal tomba adormecido.
Ele é levado para a sala de enfermagem. Depois de examinar todos os ossos, o Veterinário dá diagnóstico.

No ano passado, o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens do IBAMA em Goiânia recebeu mais 3,8 mil bichos.
Entre os bichos estão araras, gaviões, cachorros do mato e outras espécies como a harpia, que chegou ao centro depois de levar um tiro na asa.
Há anos, o animal não era visto no cerrado goiano.

Depois de quatro meses no cativeiro, a harpia, maior ave de rapina do Brasil, começou a alçar os primeiros voos. Falta pouco para a enorme ave poder voltar a natureza. Tudo dependerá do desempenho dela nos testes que serão feitos nos próximos meses.

Mas no centro também tem onça mal encaradas. O desafio é preparar as feras para voltar à natureza.
O treinamento exige tempo e persistência dos profissionais que se dedicam ao trabalho de recuperação de animais que nunca deveriam ter deixado o habitat natural.