SUINOCULTURA

09/01/2013 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:05am

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, União Europeia e China.
Em relação às exportações, também ocupa a quarta posição, atrás dos Estados Unidos, União Europeia e Canadá.

A produção brasileira de carne suína e o volume de abates vêm crescendo ano a ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número deSuínos abatidos no segundo trimestre de 2012 foi de 8,8 milhões de cabeças, incremento de 2,6% e 9,5% em relação ao mesmo período de 2011 e 2010, respectivamente.

Com a crise econômica de 2008, boa parte das economias mundiais perderam força.
No Brasil um dos setores do agronegócio mais afetados foi a Suinocultura, que teve suas exportações reduzidas significativamente naquele ano.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o total de carne suína (in natura, industrializada e salgada) exportada em 2007 foi de 561,9 mil toneladas equivalente carcaça (tec), volume 14,4% maior em comparação com 2006.
Porém, com a crise de 2008, o volume embarcado neste ano caiu 46,4% em relação ao ano anterior, atingindo 300,9 mil tec.

Em 2009, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), considerando carne suína processada e in natura, o consumo per capita anual era de 13 quilos, enquanto que, na Europa, esse volume chegava a 45 quilos.

Com o objetivo de aumentar o consumo in natura de carne suína no Brasil e melhorar a estabilidade econômica da atividade surgiu, em 2009, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), criado pela ABCS. A meta era aumentar o consumo anual por habitante em dois quilos, nos três anos seguintes.

De 2009 a 2012 os investimentos nesse sentido, foram estimados em R$13 milhões.
Os recursos foram utilizados para geração de conhecimento, na produção, industrialização e, principalmente, na comercialização do produto.

A primeira etapa do PNDS diagnosticou os problemas da cadeia produtiva e constatou-se que havia diversos preconceitos e mitos sobre o consumo da carne suína.

Existiam alguns gargalos que desaceleravam o processo evolutivo do setor, como os preços pagos ao suinocultor, a ausência de cortes diferenciados da carne suína no varejo, de fácil preparação e com baixa quantidade de gordura e a associação do consumo desta carne com a obesidade.

Para que se obtivesse um produto de qualidade ao longo da cadeia foi necessário o desenvolvimento de medidas para os seus elos: produção, indústria e comércio.
Nesse sentido foi fundamental que se conhecesse o setor para minimizar as deficiências de informações mercadológicas e o desenvolvimento de novas tecnologias, visando melhorar a capacidade de organização e negociação do setor.

Para que o PNDS se concretizasse, houve a união de entidades como a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Além disso, foi estabelecida uma importante parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), que contribuiu com a elaboração de materiais com informações atualizadas para os produtores, promoção de cursos de capacitação para instrutores e técnicos, desenvolvimento de estratégias para a indústria e desenvolvimento de ações que levassem as informações sobre a carne suína brasileira.

O PNDS foi implantado inicialmente no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e no Distrito Federal. Em 2010, Bahia e Ceará estavam inclusos e em maio de 2012, São Paulo passou a fazer parte do projeto.
Para cada estado foram desenvolvidas técnicas e estratégias específicas nos três elos da cadeia, devido às características e peculiaridades próprias.

Ao final de 2011 o PNDS havia cumprido suas metas, um ano antes do planejado, e o consumo per capita de carne suína aumentou para 15,1 quilos.
Após três anos o projeto conta com 28 mil profissionais capacitados e 630 ações executadas em 182 municípios e 1,2 milhão de pessoas sensibilizadas.

No início de 2012, cerca de 40 mil produtores integravam o projeto, com um Rebanho de 1,6 milhão de matrizes.
Destas, 980 mil matrizes estavam localizadas no Sul do país, onde estão os principais estados produtores. A região Sudeste detém 181 mil matrizes.

Em 2013 a ABCS planeja atuar também na área de sustentabilidade dentro das indústrias e granjas suinícolas. A nova meta estabelecida pela ABCS a ser atingida até 2015 é aumentar o consumo de carne suína per capita anual para 18 quilos.