SUINOCULTURA

07/12/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Este ano foi um período de desafios para o setor de carnes, entre elas a suína. No primeiro semestre, a Suinocultura viveu sob as amarras dos embargos russo e argentino.
Houve aumento da oferta interna de carne e recuo dos preços, com consequente perda de margem pelos produtores e frigoríficos.

No segundo semestre vieram os custos elevados, devido à alta de preços de milho e farelo de soja. Apesar dessa situação adversa, o setor termina o ano com perspectiva melhor do que esperava.

Ucrânia e Hong Kong substituíram Rússia e Argentina e os preços reagiram, ajudados ainda pelo consumo interno.

A avaliação é de Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína).

O próximo ano poderá ser melhor ainda. A grande aposta é a abertura do mercado japonês, o principal importador mundial de carne suína. Só neste ano, as importações do país deverão somar 1,3 milhão de toneladas, 13% das exportações mundiais.

Além disso, as vendas para a China poderão crescer, e a Rússia, elevar o número de frigoríficos aptos a exportar.
Esses mercados são importantes porque remuneram melhor a carne do que Ucrânia e Hong Kong, países que não deverão sair, no entanto, da mira dos exportadores.

A produção nacional de carne suína subiu para 3,5 milhões de toneladas neste ano. Já as exportações serão de 580 mil toneladas. Houve uma reação das vendas nos meses de setembro e de outubro.
A queda nos preços externos, no entanto, faz as receitas recuarem 4,5% no ano.
Para 2013, Camargo Neto espera um aumento tanto no volume como nos preços da carne exportada.

Leite O custo de produção de leite subiu 1% no mês passado, segundo acompanhamento da Scot Consultoria. Milho e suplementos minerais foram os destaques dessa alta, segundo a coleta de dados da consultoria.

O que vem pela frente A maioria dos laticínios consultados pela Scot acredita que o preço do leite a ser pago aos produtores fique, neste mês, nos patamares dos de novembro, quando os produtores receberam, em média, R$ 0,818 por litro.
Feijão A produção brasileira sobe para 3,3 milhões de toneladas na safra 2012/13, após ter registrado 2,9 milhões na anterior, segundo dados da Conab.

Estoques A safra 2012/13 terminará o período com estoques finais de 321 mil toneladas de feijão, volume que sobe para 367 mil toneladas no final desta safra que se inicia. O consumo nacional ficará estável em 3,5 milhões de toneladas no próximo ano. As importações devem somar 220 mil toneladas em 2012/13.

Exportações brasileiras de café especial sobem no ano

O cenário não está bom para as exportações de café. Há recuo tanto no volume como nas receitas. O destaque nas vendas externas, no entanto, é o aumento das vendas de cafés diferenciados, o que ajuda a melhorar as receitas.

O Brasil exportou 25,3 milhões de sacas de café até o mês passado, 17% menos do que em igual período de 2011. Nesse período, no entanto, pelos menos 16% desse volume foi de café diferenciado, segundo Guilherme Braga, do Cecafé (entidade que congrega os exportadores).

No caso do café arábica, o produto diferenciado tem um preço 25% maior do que a média geral. No caso do robusta, 33% mais.As exportações deste ano renderam US$ 5,8 bilhões, 27% menos do que em 2011.

Produção de grãos será de 180 milhões de toneladas

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reajustou os dados da nova safra brasileira, estimada agora em 180,2 milhões de toneladas. Na avaliação de novembro, o órgão previa de 177 milhões a 182 milhões de toneladas.
Os ajustes foram feitos basicamente em soja e milho, cuja produção deverá ficar um pouco abaixo da estimativa máxima anterior.

No caso da oleaginosa, a safra deverá ficar próxima de 82,6 milhões de toneladas, enquanto a de milho poderá atingir 71,9 milhões, conforme os novos dados da Conab.
Já a safra de arroz, o terceiro maior volume de grãos do país, deverá ser de 11,9 milhões de toneladas, um pouco acima do máximo previsto anteriormente.