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19/10/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Investimentos em pastagens e tecnologia contribuíram para incremento de 9%. É a maior alta registrada no País, diz IBGE

Preços estáveis e custos de produção mais baixos. Uma união de mecanismos favoráveis, pouco vista por pecuaristas leiteiros goianos, culminou no maior aumento de produtividade leiteira dos últimos anos em Goiás (9%) e a maior entre os Estados produtores, segundo dados da Produção da Pecuária Municipal 2011, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O investimentos em pastagens e tecnologia contribuíram para este aumento, porém a aquisição de Rebanho foi o fator fundamental para o avanço. Enquanto a produtividade média de cada animal aumentou 3,90%, o índice de elevação do Rebanho foi bem superior – 5,4%. Eram 2,479 milhões de cabeças de gado leiteiro em 2010 ante 2,615 milhões no ano passado. "Com preços estáveis o pecuarista investiu na aquisição de animais", resume o gerente técnico econômico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Edson Alves Novaes.

Embora detenha a quarta colocação em número de rebanhos do Estado, Jataí é destaque na produção leiteira. O município do Sudoeste goiano é o terceiro maior produtor nacional, com o volume, em 2011, de 119,2 mil litros. O município fica atrás apenas de Patos de Minas (MG), com 146, 6 mil litros e Castro (PR) com produção de 210 mil litros do produto.

Segundo Edson Alves, além da vocação de pecuária de leite, Jataí ainda é agraciada com aspectos logísticos incomuns a outras regiões: barateamento do preço dos componentes da ração (milho e soja) em função da proximidade das lavouras, instalação de parques industriais processadores de leite e qualidade do produto. "Unindo ao grande volume, eles conseguem ainda vender a um preço melhor", diz Edson Alves.

Segundo o superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, os números provam que há potencial de crescimento no Estado. "Jataí é o quarto em Rebanho e maior produtor, então isso mostra que Morrinhos, por exemplo, pode aumentar a produtividade", diz.

BOVINO

Já o aumento de cabeças de bovinos em Goiás foi modesto (1,85%), mas segue a tendência de recomposição do Rebanho, conforme avaliação da assessora técnica da Faeg, Christiane Rossi. Ela afirma que nos últimos anos, a elevação girou em torno de 2%. "É uma recomposição de acordo com a demanda de alimentos", declara.

Em momentos de crise ou alta de preços, de acordo com Christiane, os pecuaristas tendem a abater matrizes. Na primeira situação eles tentam obter capital de giro, na segunda, aproveitar o bom momento para recuperar investimentos. "Em 2010 e 2011 22% das matrizes foram abatidas. Agora é momento de recuperação, que tem um ciclo de três anos", afirma.

Aves E Suínos

Amparados pelo aquecimento do consumo interno e preços estáveis nos anos que antecederam 2011, os produtores de Aves de Goiás apostaram na atividade e investiram no aumento de cabeças de Aves (10,74%).

Já com os Suínos houve estabilidade. Com alto custo de produção, baixos preços e paralisação das exportações, o setor passa por uma crise sem precedentes.

Em ambas atividades, Rio Verde, Sudoeste do Estado é destaque. É o segundo maior produtor nacional de Aves e Suínos do País, 12,1 milhões e 721 mil, respectivamente.