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25/09/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 9:10am

Paciente registrou sintomas semelhantes aos de síndrome que matou 800 a partir de 2002

Um novo vírus da mesma família da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) foi identificado no Reino Unido, depois de um paciente oriundo do Qatar ter apresentado sintomas semelhantes aos de uma infecção respiratória aguda. Uma epidemia de Sars que começou em 2002, na China, e se alastrou por todo o mundo, matou cerca de 800 pessoas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um comunicado pelo seu sistema global de alerta e resposta, segundo o qual foi registrado no paciente, de 49 anos, um novo coronavírus. Esta é uma grande família de vírus, que inclui o resfriado comum e a Sars.

"Tendo em conta que este é um novo coronavírus, a OMS está atualmente obtendo mais informações para determinar quais seriam suas implicações à Saúde Pública", explica o comunicado.

Peter Openshaw, diretor do Centro de Infecções Respiratórias da Faculdade Imperial de Londres, afirmou que, neste estágio, parece improvável que o novo vírus cause preocupação, e pode ter sido identificado apenas com auxílio de testes sofisticados.

– Por enquanto, eu ficaria atento, mas não imediatamente preocupado – ponderou.

De acordo com a OMS, o paciente procurou os médicos pela primeira vez no dia 3 deste mês, com sintomas de uma infecção respiratória aguda. Quatro dias depois, ele foi internado em uma unidade de terapia intensiva em Doha, no Qatar, e, no dia 11, ele foi transferido para o Reino Unido por uma ambulância aérea.

"A Agência de Proteção à Saúde do Reino Unido conduziu testes de laboratório e confirmou a presença do novo coronavírus", explicou a OMS.

Os cientistas da agência compararam sequências genéticas do vírus do paciente com amostras de outro vírus sequenciado este ano por pesquisadores holandeses. Um vírus semelhante foi identificado no tecido pulmonar de um árabe de 60 anos, morto este ano.

Openshaw disse que o fato de os dois casos encontrados até agora aparentemente não serem relacionados sugere que "o que foi captado seriam apenas eventos raros", embora seja preciso ficar alerta para o caso de uma transmissão de pessoa a pessoa.

A OMS por enquanto não recomenda qualquer restrições a viagens a qualquer país, mas buscará mais informações sobre o vírus.