Rússia

07/08/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am

O comércio entre o Brasil e a Rússia neste ano movimentou cerca de US$ 2,6 bilhões. Perto dos principais parceiros comerciais do Brasil, o montante não é dos mais significativos. Especialistas consultados pelo DCI acreditam que a relação entre os dois países pode se intensificar caso haja uma maior diversificação dos produtos da pauta.

Dentro dos países que fazem parte do BRICS – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – a Rússia ficou acima apenas do país africano que registrou no período uma corrente de comércio de US$ 1,3 bilhão. O comércio com a Índia totalizou US$ 5,4 bilhões e com a China, o maior parceiro comercial do Brasil, US$ 37,2 bilhões.

Nos primeiros seis meses do ano o País exportou para a Rússia principalmente carne bovina, que teve participação de 37% dos produtos vendidos e açúcar de cana com participação de 29% do total comercializado para o país no período. O Brasil comprou da Rússia principalmente materiais químicos como cloreto de potássio, ureia e nitrato de amônio.

Segundo Gilberto Ramos, presidente da Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo "a Rússia nunca deixou de ser um país prioritário, de parceria estratégica por haver complementaridade nas economias", colocou.

Para ele, apesar dos principais produtos vendidos pelo País serem básicos há um início de parceria com fabricantes de artigos com maior valor agregado.

Ele cita como exemplo a fabricante de aeronaves Embraer que fechou "um acordo de suporte para a venda do jato executivo Legacy 600", colocou.

Na opinião do professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Leonardo Trevisan, o Brasil poderia ocupar uma posição mais privilegiada no comércio com a Rússia devido ao potencial que o pais europeu possuí "quando se olha a Rússia não é só um país, mas o leste europeu como um todo", completou o professor. Para ele as nações são parceiras secundárias já que a tem a pauta comercial muito concentrada em um só produto, que é a carne.

Embargo

No ano passado o país europeu iniciou um embargo sobre a entrada de carne brasileira produzidas em alguns Estados, alegando questões sanitárias.

Segundo o professor da ESPM, recentemente veio ao País uma missão oficial da Rússia com 270 veterinários para certificar clínicas brasileiras e habilitar venda de carne bovina e suína para uma retomada da exportação.

Para ele, o principal motivo da medida restritiva do país europeu é o fato de estar comprando matrizes vivas de países como Austrália e os Estados Unidos, que aceitaram a venda em troca de um maior número de cotas para a compra de carne.

"A exportação brasileira de carne cresceu independentemente da Rússia, mas é um mercado importante. Se você ver as quantidades de carne que a Rússia importou em 2011, 70% vieram dos Estados Unidos e da Austrália o que importa do Brasil é pouquinho", disse.

Segundo o presidente da Câmara "é importante a liberação [da venda de carne] pois é um dos países que paga mais pela nossa carne, paga cerca de US$ 6 mil por tonelada de carne suína, o que regula as vendas é a demanda do mercado e existe uma política do país de autossuficiência".

OMC
Há cerca de 15 dias, o país europeu ratificou sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC), o presidente da Câmara acredita que a participação da Rússia no órgão multilateral dará mais segurança a todos os países que fazem parte da instituição. O professor da ESPM, por outro lado, minimiza os efeitos da adesão, pois "a Rússia faz muitos acordos bilaterais e tem uma estrutura de diplomacia baseada em força".