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02/08/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am

O Batalhão de Polícia Militar Ambiental deflagrou ontem a Operação Ambiente Seguro, que se estenderá até o próximo dia 17 nas áreas rurais do Distrito Federal contra a violência, principalmente, as infrações contra a flora e a fauna locais. Serão realizadas ações contra tráfico de Animais silvestres, queimadas, poluição dos córregos, além do porte ilegal de armas, uso de entorpecentes, roubos e outros crimes. No primeiro dia, a polícia abordou 96 pessoas nas BRs 080 (DF/Padre Bernardo, município de Goiás) e 020 (DF/Fortaleza) e apreendeu dois periquitos, um melro, quatro gaviões, dois jabutis e um bicho preguiça, que morreu atropelado. Os agentes vão atuar nas cidades de Planaltina, Sobradinho, Fercal, Paranoá, São Sebastião, Gama, Santa Maria, Brazlândia e Ceilândia. Diariamente, 40 homens estarão na operação em 10 veículos.

No primeiro semestre deste ano, o batalhão recebeu 1.188 denúncias. A maioria delas foi resgate de animais (781 casos). Foram registrados ainda 42 crimes contra a fauna, 24 contra a flora, 175 comuns, entre outros. Segundo o chefe do Batalhão Ambiental, coronel Cláudio Ribas de Sousa, a ideia da operação é reduzir esses números. "As pessoas precisam entender que certas ações são criminosas e quem as comete poderá ser condenado e obrigado a pagar multas", explica.

Além de coibir os diferentes tipos de infrações, os policiais militares realizar ações educativas. "Vamos orientar as pessoas sobre o manejo do lixo, o uso dos recursos hídricos, os cuidados com as áreas de proteção permanente, o esgotamento sanitário, a construção de fossa séptica", acrescentou o coronel.

Os policiais vão reforçar as buscas por bichos que sofrem maus-tratos na zona rural, principalmente os cavalos. Os animais apreendidos, que estiverem machucados, serão encaminhados para o Centro de Triagem de Animais silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou para o Zoológico de Brasília, de acordo com a gravidade da lesão. "Na maioria das vezes, eles não ficam aqui, apenas tratamos e os bichos são devolvidos para o meio ambiente", afirma Marco Antônio de Castro, superintendente de Educação e Lazer do Jardim Zoológico.

O chefe de Fiscalização do Ibama no DF, Roberval Costa Pontes, revela ainda o tráfico de animais garante um lucro alto e fácil para os infratores. Para ilustrar, ele diz que, no mercado ilegal, um curió chega a valer R$ 65 mil. Papagaios e araras custam R$ 5 mil. No Entorno, é mais comum ocorrências com répteis, carnes exóticas e serpentes. De acordo com ele, Brasília é ponte de negociação para outros estados, principalmente os que fazem fronteira com o DF, como Bahia, Minas Gerais e Goiás. Porém, há animais que o homem pode ter, desde que sejam adquiridos em criadouros legalizados. Mas, se ele criar e não tiver permissão, é crime. E o Ibama tem sido criterioso, não libera para todo mundo", diz.