microchips

24/07/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:43am

Iguanas, araras, furões. Animais exóticos têm tomado em muitas casas o lugar do melhor amigo do homem _ o cão _ como animal de estimação. Esta moda está tirando das propriedades rurais Suínos melhorados geneticamente para não crescerem.Eternizado nas telas como Babe, o porquinho atrapalhado, ou o carinhoso Leitão, amigo do ursinho Pooh, os miniporquinhos transpõem as telas e desembarcam no Estado.Os micropigs, espécie que não ultrapassa os 25 quilos e o tamanho de um cão de médio porte, estão conquistando as famílias brasileiras. Carinhosos e engraçadinhos, eles se transformaram na companhia ideal: dormem a noite toda, brincam durante o dia, e ainda saem a passear com o dono usando coleiras como cãezinhos. Vídeos e fotos postados na internet mostram atuações dignas de filmes.A servidora pública Ana Carolina Betat já convive com gatos e cães como animais de estimação. Mas agora anda às voltas com uma novidade no mínimo inusitada: Bacon, um porquinho de 43 dias, acaba de chegar à casa da família em Porto Alegre. – Eles convivem bem com gatos e cães, vão à praia, são inteligentes e aprendem truques – conta a criadora Flávia Abade, de São Paulo, que vendeu o micropig para Ana Carolina. Cruza de vietnamita com enano (argentino), a espécie criada por Flávia em sua fazenda, no município paulista de São Roque, foi importada e vem sendo melhorada geneticamente a partir das crias que apresentam menor crescimento. Apesar de serem sucesso no Exterior e aparecerem como pets de celebridades que vão de George Clooney a Paris Hilton, eles demoraram uma década para firmar raízes no Brasil. Conforme Flávia, isto se deve ao rigor do Ministério da Agricultura para o ingresso de animais como estes no país. Na compra de matrizes, são exigidos documentos de origem, baterias de exames e período de quarentena. A cada trimestre, os criatórios sofrem vistorias para confirmar se os animais são livres de doenças. Às exigências, se soma o preço das matrizes. Com as taxas de importação, cada matriz custa cerca de US$ 12 mil, um investimento grande que desanimava muitos interessados.Atenção para fraudesNo Estado, os minipigs já integraram fazendas turísticas como a Mini Animais e a Quinta da Estância em Viamão, fazendo figura ao lado de minivacas, pôneis e outras miniaturas de animais. Mas, na época, a moda de tê-los como pets não pegou _ culpa do preço para o consumidor: entre R$ 1 mil e R$ 1,6 mil. O Veterinário André Goelzer, da Quinta da Estância, conta que o fato de os porquinhos não terem certificado de pureza, ainda, dava margem à fraudes.- A pessoa corre o risco de pagar caro pelo animalzinho e depois de alguns meses ele crescer tanto quanto um porco normal – conta Goelzer.Flávia conta que pessoas conhecidas caíram neste golpe e depois enfrentaram dilemas: o que fazer num apartamento com um animal que chegou aos oito meses com 109 quilos? Se livrar de um bichinho a que toda a família se apegou? – Recomendo sempre que, ao comprar, a pessoa peça referências, nome de outros clientes que já compraram do mesmo lugar, e principalmente, peça para ver os pais do filhote – ensina Flávia.Para evitar fraudes, duas universidades brasileiras, de Belo Horizonte e São Paulo, já fazem estudos sobre os animais e, ao final, criarão um registro que dará garantia aos criadores.O criador Dario Fagundes da Costa Filho mantém fazendas em Bagé e em Uberlândia (MG), esta última especializada em mini animais. A raça criada por ele veio da Índia ainda na década de 60 e, com o interesse crescente em miniaturas de animais, o criador passou a buscar o melhoramento genético, dando vida a uma espécie batizada com o nome da fazenda, a Beira Rio, ainda menor que os porquinhos criados na Inglaterra. Hoje, Dario mantém 50 matrizes que reproduzem duas vezes ao ano, com cinco crias em média, mas só vende os pets estéreis.- As matrizes chegam a pesar até 20 quilos, mas o castrado não passa dos 15 quilos e, quando adulto, fica no tamanho de um buldogue. A pressão é cada dia fazer menor – garante.Para Dario, o que conquista os compradores é a esperteza do animalzinho. Um de seus clientes acabou levando o pet ao programa do Faustão e venceu o quadro "Se vira nos 30". O porco jogava bola, tocava vuvuzela, era inteligente e carismático.Sonho realizadoTer um porquinho de estimação sempre foi o sonho da servidora pública Ana Carolina Bestat, moradora de Porto Alegre. Desde criança, a mãe a levava à Expointer para pegar os leitõezinhos no colo. O amor pelo animal foi passado ao filho Lucas, de 11 anos, que ano após ano repete o gesto da mãe. O amor pelo leitão é visível na decoração e nos objetos pessoais de Ana Carolina. Almofadas, xícaras, calendários, pijamas, meias, todos mostram a carinha rechonchuda e simpática de porquinhos. Ao pesquisar o tema na internet, acabou descobrindo que havia criadores no Brasil e não resistiu: comprou um micropig na hora.Bacon, como está sendo chamado pela família, ainda está em fase de adaptação. Reclama quando o pegam no colo, e só quer comer bananas, ou a mamadeira dada pela sogra de Ana, que já começou a descobrir as manhas do bichinho. – Ele dormiu enquanto eu dava banho, passei hidratante e ele adorou a massagem. Fiquei surpresa, pois não tem cheiro algum – conta.Na casa de Ana Carolina, Bacon vai se integrar aos cinco cães e duas gatas da casa. Mas, de alimento, terá apenas o nome. Ganhou caminha, brinquedos e lugar de status no coração da nova família.Problema ambientalPara especialistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a criação de animais exóticos como pets pode se transformar em um problema ambiental e de saúde, se não houver o devido cuidado. A questão ética da modificação genética também entra em jogo na hora de avaliar a compra.O Médico Veterinário Paulo Wagner, especialista em fauna silvestre do Ibama, alerta que muitas pessoas estão comprando animais exóticos por impulso e depois acabam por abandoná-los. Bichinhos como o furão, por exemplo, hoje infestam o parque Ibirapuera em São Paulo, abandonados por pessoas que os adotaram como animais de estimação e não se adaptaram a seus hábitos noturnos.Wagner teme que os micropigs tenham o mesmo destino. Conforme o Veterinário, apesar do tamanho reduzido, o animal continua tendo a carga genética de um suíno e, portanto, os mesmos costumes.- Ele quer fuçar, mexer, mastigar, pode se transformar num transtorno numa casa ou apartamento e depois engrossar a fila de animais abandonados – salienta.Apesar de ser utilizado há mais de 10 anos como animal de estimação, o micropig demorou a chegar ao Brasil, devido a questões sanitárias. Por ser exótico, o Instituto considerava que não havia garantia de biosegurança. Para a Associação de Criadores de Suínos do Estado (Acsurs), Suínos como animais de estimação são uma péssima ideia.- As pessoas vão olhar para os bichinhos, se apegar a eles e não terão mais coragem de consumir a carne suína – lamenta o presidente Valdecir Folador.O Micropig- Alimentação – Come ração de suíno de pequeno porte, couve, brócolis, espinafre e frutas. Alface e restos de alimentos, principalmente com óleo e condimentos, são absolutamente proibidos. Tem tendência à obesidade, então a comida deve ser controlada.- Cuidados veterinários – Deve visitar o Veterinário a cada seis meses, tomar vermífugo no mesmo período e vacinas contra Leptospirose e erisipela suína a partir das quatro e seis semanas com reforços anuais. – Rotina – Geralmente se recolhe ao escurecer e dorme a noite toda. Gosta de brincar e de comer raízes, e, para isso, fuça a grama, mas não costuma estragar móveis. – Características – É carinhoso, mas não tem grande necessidade de agradar ao dono. Inteligente, facilmente adestrável.- Cuidados – Deve tomar banho uma vez por semana e ter o ouvido seco para não entrar água. É recomendável o uso de um hidratante sem perfume. No frio deve ficar abrigado – se criado fora de casa deve ter uma casinha com cobertas (como a de cães).- Preço – R$ 1 mil a R$ 1,6 mil, dependendo da pelagem. – Alerta – Ao escolher o micropig como pet, você será responsável por um animalzinho que pode viver até 18 anos e será difícil encontrar quem queira adotá-lo em caso de desistência. Caso não queira mais, procure o criador para que ele possa encontrar um novo dono.- Onde encontrar – É possível comprar pela internet com transporte aéreo. MicropigAo nascer- Média de 350g, 15cm de comprimento e 7cm de altura- Com 60 dias – 1,1 kg, 25cm de comprimento e 10cm de altura- Adulto – 18 a 25 kg, 60cm de comprimento, 40cm de alturaPorco normal- Ao nascer – Média de 700g a 1 kg, 30cm de comprimento e 15cm de altura- Com 60 dias _ Média de 8 kg, 35cm de comprimento e 25cm de altura- Adulto – 100 kg a 400 kg (dependendo da raça) e 1,5m de comprimento e 80cm de alturaPara Seu Filho LerPorquinhos de EstimaçãoJá imaginou ter uma fazendinha no seu quintal? Com diferentes estudos os homens conseguiram criar espécies de animais que ficam bem pequenos. Vacas, cavalos e até porcos têm sido criados neste sistema e são chamados de mini animais, porque crescem até o tamanho de cachorros de grande porte. Os porquinhos, que ficam ainda menores com o tempo, estão sendo adotados como animais de estimação, como os cachorros e gatos.Eles podem ser criados dentro de casa e podem ser domesticados, como outros animais que você tem em casa.