Bufalos

29/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Aceitação de produtos de carne de búfalo é boa no mercado gaúcho e faz cooperativa apostar em novidades

Além da carne magra e um leite com teor de gordura mais concentrado – o que favorece a produção de laticínios -, o manejo relativamente simples dos búfalos tem atraído cada vez mais produtores. Resistente a doenças e manso, o animal também costuma dar menos trabalho e geram menos despesas.

– Estimamos que nos últimos dois anos o Rebanho cresceu 7%. Os pecuaristas estão percebendo as vantagens da criação que, combinadas com o bom mercado, tornam o negócio bastante atraente – diz o presidente da Associação Sulina dos Criadores de Búfalos, Sérgio Fernandes.

Além de criar e beneficiar, há quem invista no melhoramento genético das raças. Em Minas Gerais, um laboratório de biotecnologia em bubalinocultura já manipula embriões e trabalha em técnicas de inseminação. No entanto, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos, Élcio Reis, o único Estado que mantém um fluxo constante de comercialização de carne e laticínios é o Rio Grande do Sul.

– Os demais Estados precisam se organizar da mesma forma que os gaúchos, por meio de cooperativas. Quando isso acontecer, todo o país vai comer muito mais carne de búfalo – destaca.

Até 2002, o engenheiro Antônio Fetter estava satisfeito com a criação de cerca de 800 cabeças de gado bovino, no interior de Rio Grande. Um surto de febre Aftosa, no entanto, pôs tudo a perder. Com o Rebanho sacrificado, poderia desistir ou começar de novo. Decidiu recomeçar a história com um protagonista diferente.

Em 400 hectares no balneário Stela Maris, perto da praia do Cassino, Fetter apostou nos bubalinos. Começou assim a trajetória da Leitaria da Búfala, que vende cerca de 1,2 mil quilos de queijo todos os meses para restaurantes e supermercados de cidades como Rio Grande, Pelotas, Santa Vitória do Palmar e Porto Alegre. Por meio da Cooperbúfalo, também comercializa carne selecionada de seus 450 animais.

Ao contrário da cooperativa, cujo principal produto é o queijo mussarela, a Leitaria da Búfala se especializou no queijo coalho. Nos dois primeiros anos, Fetter e a mulher, Marli, vendiam o queijo assado na praia do Cassino. Hoje, não atendem mais no balneário porque a produção é absorvida pelo mercado regional.

– Estamos muito felizes com o búfalo. Fizemos a escolha certa – afirma Fetter.

Os alimentos feitos com búfalo são tão bem recebidos no mercado gaúcho que a Cooperbúfalo se prepara para lançar novidades. Na próxima semana, já devem estar nas gôndolas duas salsichas preparadas com a carne do animal. No final de 2012, duas modalidades de salsichão próprio para a brasa também serão lançados.