ilegal

20/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Consumir carne de caprinos e ovinos no Distrito Federal é para poucos. O produto não é barato e cerca de 90% dele entra clandestinamente no comércio. Deste modo, o consumo de carne de cabras e carneiros que não obedece aos padrões mínimos de higiene e não possui selo de segurança pode trazer riscos de contaminação e doenças para os consumidores. A solução para o problema é a construção de um Abatedouro padrão, que vai receber os animais dos produtores do DF e fazer os procedimentos corretos até chegar aos frigoríficos, para distribuição nos m e rc a d o s .

Uma reunião para discutir os rumos do projeto de construção do Abatedouro foi realizada ontem, na sede da Federação de Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape-DF). Segundo o presidente do Sindicato dos Criadores de Ovinos e Caprinos do DF (Sincco-DF), Rogério Tokarski, a atual condição do fornecimento de carne de caprinos e ovinos na capital do País é preocupante. "Nós, como produtores, não temos nenhuma instituição credenciada para fazer o abate dos animais. Quem compra acha pouca a demanda e alto o preço", afirma.

A reunião na Fape contou com a presença de representantes de instituições e órgãos ligados ao tema, como o Ministério da Agricultura, Sebrae, Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Distrito Federal e cooperativas. A construção do empreendimento partirá de uma linha de financiamento do Banco de Brasília (BRB), para os mais de 250 produtores locais.

CONSUMO Em todo o Distrito Federal, há uma carência de mão de obra e frigoríficos que forneçam carne desta origem. O problema não é exclusivo do DF. As demais cidades brasileiras recebem, em grande parte, o produto importado. A média de consumo per capta por brasileiro é de 700g/ano.

Índice bem abaixo de países do norte da África, por exemplo, que ultrapassam 60kg/ano por pessoa.

"O DF precisa de um sistema de produção adequado e que garanta ao consumidor um produto confiável, de qualidade e com preço acessível.

Nossa luta é para que isso seja viá- vel", comenta o presidente da Sincco, Rogério Tokarski.

A expectativa é de que o Abatedouro gere mais renda para os mais de 250 produtores. Além disso, vários postos de trabalho serão criados. "O elevado percentual de carne clandestina fez com que nós buscássemos a solução o mais depressa possível", conta o consultor da Fape Orlando Ribeiro, que destaca que a construção do Abatedouro já foi definida e aguarda a cessão de um terreno por parte do GDF, uma vez que o espaço deve ser público.

O presidente da cooperativa Cio da Terra, Fernando Ribeiro, explica que o Abatedouro trará, entre as vantagens, preços mais baixos ao consumidor, segurança ao produtor e contribuição para consolidar o produto no mercado do DF. "Hoje em dia, o quilo da carne de caprinos e ovinos custa entre R$ 25 e R$ 50.

Após a implementação do Abatedouro e o fornecimento dos produtores, o preço deve cair pelo menos 30%", acredita.

APROVEITAMENTO

A participação da cooperativa neste processo envolve o aproveitamento de partes dos animais que no Distrito Federal não são aproveitadas. Como exemplo, o couro destas espécies, que é um dos melhores para ser utilizado na indústria, e o casco, que é rico em fósforo. As víceras e ossos tornam-se adubos.

SAIBA +

A Região Nordeste e o estado do Rio Grande do Sul são os maiores consumidores da carne de ovinos e caprinos no Brasil. Na Região Sudeste, o consumo tem aumentado.

A maior parte da carne clandestina chega ao Distrito Federal em caminhões vindos dos estados da Bahia e Goiás.

O consumo de carne ilegal traz riscos à saúde. O consumidor deve saber a origem do produto e se o animal estava em dia com vacinas e não possuía algum tipo de doença.

Para que essa verificação seja possível, as carnes distribuídas por frigoríficos chegam aos mercados com carimbo e selo de qualidade emitido pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). É importante que o consumidor fique atento.

"As notícias desta seção são informações de interesse da Medicina Veterinária e Zootecnia que foram divulgadas na mídia. O CFMV não se responsabiliza pelas publicações."