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15/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

A agricultura e a pecuária vão pegar carona na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, para mostrar como, em 50 anos, o Brasil passou de importador a um dos maiores produtores mundiais de alimentos

A agricultura e a pecuária vão pegar carona na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, para mostrar como, em 50 anos, o Brasil passou de importador a um dos maiores produtores mundiais de alimentos.

Para isso, uma verdadeira força tarefa vem sendo realizada desde setembro do ano passado, envolvendo várias organizações do setor, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as federações da agricultura dos Estados, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a Sociedade Rural Brasileira (SRB), a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), entre outras.

Sob a batuta da CNA, o setor vai divulgar, no dia 18, um documento à Rio+20 no qual defenderá a criação de áreas de preservação permanentes (APP) em todo o mundo. A ideia já foi apresentada no 6º Fórum Mundial da Água, realizado em Marselha, em março deste março. O documento também aborda o problema da água, uma insumo básico para o setor, principalmente a preservação das nascentes.

Outro aspecto a ser discutido pelo paper são as estratégias e tecnologias a serem empregadas para garantir a sustentabilidade da pecuária e da agricultura e para fortalecer a economia verde, frente a necessidade de aumentar a produção de alimentos e reduzir a pobreza.

No dia 18 também será feita a abertura oficial do Espaço Agro Brasil, instalado no Pier Mauá, um dos locais oficiais da Rio+20. "Vamos mostrar como o Brasil se tornou um dos maiores produtores mundiais de alimentos ocupando apenas 27% do território, utilizando técnicas e práticas genuinamente nacionais, como o plantio direto, que evita a erosão", explica a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA.

Uma das atrações do Espaço Agro Brasil será um túnel multisensorial onde os visitantes poderão acompanhar a transformação de uma fazenda degradada em uma propriedade sustentável com a ajuda do Projeto Biomas, uma parceria entre a CNA e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O projeto envolve investimentos de US$ 20 milhões e 240 pesquisadores que estão desenvolvendo soluções técnico-científicas para a proteção e o uso sustentável dos espaços nos diferentes biomas.

"Vamos repassar gratuitamente aos pequenos e médios produtores os avanços obtidos com o Projeto Biomas e mostrar a eles que produzir de forma sustentável faz bem a ele, à sua família e ao seu patrimônio", diz a senadora.

O Espaço Agro Brasil também vai oferecer uma longa programação científica, com a realização de seminários com temas como o próprio Projeto Biomas, Agricultura de Precisão, Bioenergia, Mercado Agropecuário de Redução de Emissões, entre outros. Eduardo Biagi, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), será um dos expositores.

"Vamos mostras ao mundo que preservação e lucratividade andam juntas", explica, lembrando que, há 30 anos, se produzia 0,5 cabeça por hectare. Hoje, é 1,2 cabeça por hectare e é possível avançar muito mais. "Além disso, novas técnicas de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta, permite aumentar a produtividade, recuperar áreas degradadas e preservar o meio ambiente."