alimentos

13/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

A existência de mercados emergentes com demanda por alimentos e a atual conjuntura econômica, com o dólar mais valorizado, são fatores que animam os produtores brasileiros a intensificarem a exportação de alimentos. Desta forma, o arroz e a soja despontam como dois dos produtos mais valorizados no momento. A conquista de clientes em solo estrangeiro, no entanto, também passa por melhorias estruturais, como certificações e acordos comerciais.

"Milho e soja ainda tem bastante espaço em mercados já tradicionais, pois o Brasil possui potencial para ampliar a produção e expandir áreas. Além disso, carne bovina, frango e Suínos também vão ter cada vez mais demanda internacional", sinaliza o economista-chefe do Rabobank Brasil, Robério Costa. O dirigente, que palestrou no 27º seminário da Cooplantio, em Gramado, aponta a África como uma fronteira ainda inexplorada pelos produtores brasileiros e que precisa ser olhada com atenção.

Uma das commodities de maior destaque no exterior nos últimos anos, o arroz brasileiro tende a ampliar sua representatividade na mesa das famílias estrangeiras. O gestor da unidade de Negócios e Alimentos da Cooplantio, Camilo Oliveira, lembra que as exportações chegaram a 2 milhões de toneladas em 2011, frente a 629 mil toneladas em 2010. Nos cinco primeiros meses deste ano, as vendas internacionais atingiram 556 mil toneladas, um acréscimo de 72% em relação ao mesmo período do ano passado. Nigéria, Irã e Europa são os principais compradores.

Mesmo assim, Oliveira acredita que restam desafios pendentes para a cadeia. "No ano passado fomos o sexto maior exportador mundial, mas nossa produção ainda é instável. O próximo passo é manter o volume das exportações para criar laços com os países compradores. Isso precisa acontecer por, no mínimo, cinco anos. Assim, o consumidor de fora vai identificar a qualidade do arroz brasileiro e comprar o produto", atesta.

No caso da soja, um dos caminhos para ganhar a confiança dos compradores estrangeiros está na certificação, algo que recém acontece no País e vem encontrando resistência em algumas regiões. "Até 2015, a maioria expressiva dos países europeus e a China vai exigir soja certificada, o que já ocorre hoje em países como a Holanda", diz Daniel Meyer, representante brasileiro da Associação Internacional de Soja Responsável. Hoje, o custo da certificação para cada tonelada é de € 0,30. No Brasil, foram certificadas, desde julho de 2011, mais de 250 mil toneladas em sete fazendas de grande porte, a maioria no Centro-Oeste. A meta, para o final de 2012, é fazer o procedimento em 1 milhão de toneladas. Essa medida auxilia a agregar valor ao produto. "Hoje, a soja certificada recebe um prêmio (valor adicional ao preço de mercado) entre US$ 2,00 e US$ 6,00 por tonelada. Até 2015, esse bônus será de US$ 6,00 a US$ 15,00", projeta Meyer.