Acervo

11/06/2012 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:48am

Uma das maiores coleções sonoras do mundo é digitalizada pela Unicamp.
Expectativa de pesquisadores é por novas descobertas científicas.
Uma das maiores coleções sonoras do mundo é digitalizada pela Unicamp.
Expectativa de pesquisadores é por novas descobertas científicas.
O acervo de vocalizações de animais deixado pelo ornitólogo e professor da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Jacques Marie Edme Vielliard,
morto em 2010, foi disponibilizado na internet. Até o momento, foram
publicadas 11 mil das 40 mil vocalizações registradas de vertebrados, Aves,
mamíferos, peixes, anfíbios e répteis, invertebrados, insetos e aracnídeos.
Os dados pertencem à Fonoteca Neotropical "Jacques Vielliard" (FNJV), do
Instituto de Biologia (IB) da Unicamp.

Na página na internet é possível obter informações sobre o local da
gravação, quem a realizou, o equipamento utilizado, o que a espécie fazia no
momento da captação e mais dados sobre a mesma. Há oito meses em testes, o
acervo foi acessado por pesquisadores de mais de 40 países e pode ser lido
nas versões em português, inglês e francês.

De acordo com Luís Felipe Toledo, um dos coordenadores da pesquisa e colabor
do Museu de Zoologia do Instituto de Biologia da Unicamp, o material está
sendo publicado na internet aos poucos. "No momento temos três exemplos, o
do sapo-cururu, sapo-martelo e sabiá-laranjeira. Em mais ou menos um ano
queremos colocar até 100 cantos", diz. Ao ser digitalizado, o patrimônio
poderá definir novas áreas a serem exploradas. "Antes tínhamos tudo anotado
apenas em cadernos, agora é mais fácil ver as regiões em que nunca foram
feitas gravações", explica Toledo.

Com os dados já armazenados, os usuários podem relacioná-los com informações
de outros portais, como o da Nasa (National Aeronautics and Space
Administration), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Com as informações, é possível encontrar padrões de comportamento das
espécies. "Essas páginas oferecem informações climáticas e então podemos
descobrir, por exemplo, que uma coruja só pia em noite de lua cheia", conta
Luis Felipe Toledo, um dos coordenadores da pesquisa.